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quarta-feira, agosto 27, 2025

O DISCURSO DE HOWARD ROARK

NOTA INTRODUTÓRIA: Ayn Rand, a autora das ideias que trago aqui, construiu um personagem, portanto utópico, idealizado, com uma personalidade que leva ao extremo sua integridade em respeitar a si mesmo. Entre ele, o egoísta, e seus antagônicos, os altruístas, há uma infinidade de modelos de personalidade que mixam os dois princípios. O interesse da autora é questionar as ideias e valores defendidos por uma ideologia do coitadismo do desprovido, do medíocre, do parasita, tão presente hoje em nossa mundo, apesar destes escritos terem sido publicados há cerca de 80 anos, em plena Segunda Guerra Mundial. O seu interesse, portanto, não é o de tornar os bilhões de indivíduos do planeta em howards, mas demonstrar que a humanidade precisa deles para que os outros possam ter uma vida melhor. Boa leitura e fique bem! 

Considero Ayn Rand uma filósofa em essência, pois em seus romances ela vai muito além de ser uma escritora excepcional. Suas obras são um mergulho profundo na alma humana. Depois de ler “A Revolta de Atlas”, em 2024, terminei neste agosto de 2025 a leitura de “A Nascente”[1], uma verdadeira ode à integridade de pensamentos e atos. Seus personagens são construídos com um rigor só encontrado nos maiores escritores de todos os tempos. Sua leitura, se não transformar o leitor, abala-o inexoravelmente, pois ela não tem medo de apertar com toda a força os pontos mais dolorosos de nossos espíritos e certezas sobre nossos valores.

Resolvi fazer esta publicação para manifestar minha admiração pelo pensamento de Ayn Rand e no intuito de estimular outras pessoas a refletir sobre suas ideias. Retirei algumas partes de um discurso do personagem Howard que considerei pertinentes à nossa atualidade e editei esta postagem[2].

Preciso, antes, esclarecer dois termos que serão frequentes. O primeiro é “criador”, com letra minúscula, significando, simplesmente, “aquele que cria”, que faz, que realiza, que empreende, que corre riscos e assume as consequências com a naturalidade dos estoicos. O segundo, em contraste, é o “parasita”, aquele que se coloca como “vítima”, injustiçado, que clama por proteção e se guia pela inveja.

No prefácio, a autora justifica sua motivação para expor suas ideias dizendo que “não podemos abandonar o mundo para aqueles que desprezamos”. E mais adiante exemplifica dizendo que “os que odeiam o homem”, como ela o entende,  são aqueles que o veem como uma criatura desamparada, depravada e desprezível - e lutam para jamais deixá-lo descobrir que não é assim. Para ela, há uma história milenar de pregação intencional e maléfica da fragilidade humana.

Estas notas que faço visam tão-somente o entendimento correto das passagens selecionadas. Evidentemente para entender com absoluta clareza em que a autora acreditava, é preciso ler todo o romance.

Se você preferir, o áudio-vídeo desta publicação está no no “Canal do Paulinho”[3] com o título “O Discurso de Howard Roark”. Vamos lá.

“Há milhares de anos, o primeiro homem descobriu como fazer o fogo. Ele provavelmente foi queimado na fogueira que ensinara os seus irmãos a acender. Foi visto como um homem maligno que havia tratado com um demônio temido pela humanidade.

“Mas a partir de então, os homens possuíram o fogo para aquecer-se, para cozinhar sua comida, iluminar suas cavernas. Ele lhes deu uma dádiva que não haviam concebido, e removeu a escuridão da face da Terra.

“Séculos mais tarde, o primeiro homem inventou a roda. Ele provavelmente foi despedaçado na própria roda que ensinara seus irmãos a construir. Foi visto como um transgressor que se aventurou em território proibido. Mas a partir de então, os homens puderam viajar além de qualquer horizonte. Ele lhes deu uma dádiva que não tinham concebido e abriu as estradas do mundo.

“Esse homem, o primeiro que não se submete a ninguém, figura nos primeiros capítulos de todas as lendas que a humanidade já registrou sob suas origens. (...) Adão foi condenado a sofrer porque comeu o fruto da árvore do conhecimento. Qualquer que fosse a lenda, em algum lugar nas sombras de sua memória, a humanidade sabia que sua glória começou com um único homem e que ele pagou pela sua coragem.

“Ao longo dos séculos, existiram homens que deram os primeiros passos em novos caminhos, armados apenas com sua própria visão. Seus objetivos variavam, mas todos eles tinham algo em comum: o seu passo era o primeiro, o seu caminho era novo, a sua visão era original e a reação que receberam foi... o ódio.

“Os grandes criadores - pensadores, artistas, cientistas, inventores... - enfrentaram sozinhos os homens de seu tempo. Todas as grandes ideias originais foram atacadas. Todas as invenções revolucionárias foram denunciadas. O primeiro motor foi considerado uma bobagem. O avião impossível. A máquina de tear maligna. A anestesia, pecaminosa. Mas os homens de visão independente seguiram adiante. Eles lutaram, sofreram e pagaram. Mas venceram.

“Nenhum criador foi motivado pelo desejo de servir aos seus irmãos, porque estes rejeitavam a dádiva que ele oferecia, a dádiva que destruía a rotina preguiçosa de suas vidas. A verdade do criador era sua única motivação, a sua própria verdade e seu próprio esforço para alcançá-la da sua própria maneira. Uma sinfonia, um livro, um motor, uma filosofia, um avião ou um prédio... sua criação era seu objetivo e sua vida. (...) A criação que dava forma à sua verdade. Ele colocava a sua verdade acima de tudo e a defendia contra todos.

“Sua visão, sua força e sua coragem originavam-se de seu próprio espírito. O espírito de um homem, entretanto, é o seu próprio ego, a entidade que é a sua própria consciência. Pensar, sentir, julgar e agir são funções do ego.

“Os criadores não eram altruístas. (...) O criador não servia a nada nem a ninguém. Ele vivia para si próprio.

“É somente porque viveu para si próprio é que o criador pode conquistar as coisas que são a glória da humanidade. Essa é a natureza da conquista.

“O homem (...)  nasce desarmado, seu cérebro é sua única arma. (...) Tudo o que somos e tudo o que temos vem de um único atributo do homem: a capacidade de sua mente racional.

“Mas a mente é um atributo do indivíduo. Um cérebro coletivo é algo que não existe. (...)  O uso da razão tem que ser executado por cada um individualmente. (...) Nenhum homem pode emprestar seu cérebro para que outros pensem. Todas as funções do corpo e do espírito são individuais, não podem ser compartilhadas nem transferidas.

“A força motriz é a faculdade criativa, que usa [uma criação] como material e origina o próximo passo. Essa faculdade criativa (...)  é propriedade de cada indivíduo. (...) Nenhum homem pode dar a outro a capacidade de pensar, e essa capacidade é o nosso único meio de sobrevivência.

“O homem pode sobreviver de 2 maneiras, por meio do uso independente de sua mente ou como um parasita alimentado pelas mentes de outros. (...) O parasita toma emprestado. O criador enfrenta a natureza sozinho. O  parasita enfrenta a natureza através de um intermediário. A preocupação do criador é a conquista da natureza, a preocupação do parasita é a Conquista dos homens.

“O criador vive em função do seu trabalho, ele não precisa de ninguém. Seu objetivo principal está dentro de si mesmo. O parasita vive em função dos outros, ele precisa dos outros. Os outros são a sua motivação principal.

“O parasita declara que o homem existe para servir aos outros. Ele prega altruísmo, que é a doutrina que exige que o homem viva para os outros e dê mais importância aos outros que a si próprio.

“Aos homens foi ensinado que a dependência é uma virtude. Mas um parasita faz daqueles a quem serve parasitas também. O homem que vive para servir aos outros é o escravo. (...)  O mais repugnante é o conceito de escravidão espiritual. (...) O homem que se escraviza voluntariamente em nome do amor é a criatura mais desprezível que existe. Ele degrada a dignidade do homem e degrada o conceito de amor, mas essa é a essência do altruísmo.

Aos homens foi ensinado que sua primeira preocupação é aliviar o sofrimento dos outros. (...) Sob essa perspectiva, o homem deve desejar que os outros sofram, para que ele possa ser virtuoso. Essa é a natureza do altruísmo.

“O criador não se preocupa com a doença, mas com a vida. Ainda assim, o trabalho do criador eliminou doença após doença, curando tanto o corpo quanto o espírito do homem, e aliviou o sofrimento humano numa escala que altruísta nenhum jamais poderia conceber. (...) O criador é o homem que discorda. Aos homens foi ensinado que nadar a favor da corrente é uma virtude. Mas o criador é o homem que vai contra a corrente. Aos homens foi ensinado que se unir aos outros é uma virtude, mas o criador é o homem que fica sozinho.

“Aos homens foi ensinado que o ego é sinônimo do mal e que esquecer o ego e ser altruísta é o ideal da virtude, mas o criador é o egoísta no sentido mais absoluto, pois o homem sem ego é aquele que não pensa.

“Duas concepções foram oferecidas ao homem  como polos do bem e do mal: altruísmo e egoísmo. (...)  Quando a essas concepções foi adicionada a ideia de que o homem deve se alegrar com o sacrifício pessoal, [ou seja] a auto imolação, a armadilha se fechou. O homem foi forçado a aceitar o masoquismo como seu ideal, sob ameaça de que o sadismo era sua única alternativa. Essa foi a maior fraude jamais perpetrada contra a humanidade.

“A escolha não é o sacrifício pessoal ou domínio sobre os outros. Ela é independência ou dependência. O código do criador ou o código do parasita (...). Essa é a questão básica, e ela procede da alternativa entre a vida e a morte. (...) Tudo o que resulta do ego independente do homem é bom. Tudo o que resulta da dependência de um homem em relação ao outro é mau.

“O egoísta, no sentido mais absoluto, não é o homem que sacrifica os outros. O egoísta é o homem que está acima da necessidade de usar os outros. (...) Ele não existe para benefício de nenhum outro homem e não pede a nenhum outro homem que exista para seu benefício. Essa é a única forma possível de irmandade e respeito mútuo entre os homens.

“A Independência de um homem é a única medida da sua virtude, do seu valor. (...) Não o que fez ou deixou de fazer pelos outros. O único padrão de dignidade pessoal que existe é a independência.

“Os homens trocam o seu trabalho de livre e espontânea vontade, com mútuo consentimento e para vantagem mútua sempre que seus interesses pessoais [egoístas] coincidem e ambos desejam a troca. Se não desejam tratar um com o outro, não são forçados a fazer isso. Ambos podem continuar seguindo seus caminhos. Essa é a única forma possível de relacionamento entre iguais. Qualquer outra é uma relação entre escravo e dono, ou entre vítima e carrasco.

“O primeiro direito na Terra é o direito do ego. A principal obrigação do homem é consigo mesmo. Sua lei moral é nunca permitir que seus principais objetivos residam dentro de outros. Sua obrigação moral é fazer o que deseja, desde que seu desejo não dependa basicamente de outros (...)

“Aqueles que dominam os outros não são egoístas, eles não criam nada. A sua existência depende inteiramente de outros. (...)  Eles são tão dependentes quanto o mendigo, (...)

“O criador rejeitado, hostilizado, perseguido, explorado, perseverou, seguiu adiante e, com sua energia, carregou toda a humanidade com ele. O parasita não contribuiu com nada para esse processo, exceto com os obstáculos. (...)

“O bem comum do coletivo, da raça, da classe, do estado, foi a negação e a justificativa de todas as tiranias estabelecidas sobre os homens. Os maiores horrores da história foram cometidos em nome de motivos altruísticos. Será que já foi cometido algum ato de egoísmo que possa igualar a carnificina executada pelos discípulos do altruísmo? (...) Os piores carrascos foram os mais sinceros, eles acreditavam na sociedade perfeita, alcançada através da guilhotina e do pelotão de fuzilamento. Ninguém questionou na história o direito de matar porque matavam por motivações altruístas.

“Os atores mudam, mas o curso da tragédia permanece o mesmo. Humanitários que começam declarando seu amor pela humanidade e acabam com banhos de sangue. Assim foi e assim será enquanto se acreditar que uma ação é boa se for altruísta. (...)

“A única forma de os homens se beneficiarem mutuamente e a única declaração de um relacionamento apropriado entre eles é: não se meta.

“A sua própria felicidade (...)  é uma motivação pessoal individual, egoísta.  Olhem para os resultados, examinem suas próprias consciências.

“Agora, na nossa época, o coletivismo, o reinado do parasita (...) , do medíocre, o monstro antigo está à  solta e correndo descontrolado. Ele levou os homens a um nível de indecência intelectual nunca igualado na face da Terra. Causou horror numa escala sem precedentes. Envenenou todas as mentes. Engoliu a maior parte da Europa. Está tomando conta de nosso país.

“Eu vim aqui para dizer que não reconheço o direito de ninguém a um minuto sequer da minha vida, nem a nenhuma parte da minha energia, nem a nenhuma conquista minha. (...)

“Eu quis vir aqui dizer que sou um homem que não existe para servir aos outros. Isso precisava ser dito. O mundo está perecendo por causa de uma orgia de sacrifícios pessoais.

“Eu quis vir aqui dizer que a integridade do trabalho criativo de um homem é muito mais importante que qualquer projeto de caridade. Eu não reconheço nenhuma obrigação para com os outros homens, com uma única exceção, respeitar a sua liberdade e não participar de nenhuma maneira em uma sociedade escravocrata.

O que você acaba de ler, é uma mínima parte das ideias defendidas por Ayn Rand, uma cidadã russa que emigrou de seu país após a revolução bolchevique, e se tornou cidadã americana. Seu livro “A Revolta de Atlas” já ultrapassou a marca dos 11 milhões de exemplares vendidos e é considerado, depois da Bíblia, o livro mais influente nos Estados Unidos. “A Nascente” já ultrapassou 6 milhões e seu texto é discutido em universidades.”


Obrigado pela sua atenção.





[1] Ayn Rand (1905-1985). “A Nascente” (no original “Fountainhead”), foi escrito entre 1936 e 1943, quando foi publicado, isto depois de ter sido rejeitado por outras 12 editoras.

[2] Entre colchetes [] são inserções minhas.

[3] Canal do Paulinho: 

https://www.youtube.com/user/paulovogel09



domingo, agosto 17, 2025

A PRECISÃO DE OLAVO

 

Me afastei do noticiário político recentemente por algumas razões. Uma delas é a inutilidade da participação de gente como eu, integrante desta massa chamada povo. Uma outra razão é a repetitividade cíclica das falas hipócritas de nossos psicopatas cocos, líderes – “zélites” como os chamou Olavo - acobertados pela oligarquia[1] hipócrita dominada pelo socinismo assassino de mentes.

E é a Olavo de Carvalho[2] que recorro para ecoar, em letras garrafais, em negrito e com aspas, o aviso que ele, de seu túmulo, está gritando:

“EU OS AVISEI!!!

Se reconheço minha insignificância e não tendo o Mestre em vida para mexer com nossos neurônios, ao menos me obrigo a não deixar que se enterre no túmulo da história brasileira, suas relevantes advertências como paladino da resistência à barbárie político-cultural que vivenciamos. 

Os que leram Olavo e entenderam o que tentou transmitir e não têm problema de memória, a leitura desta postagem é uma revisão e exercício contra o esquecimento. Reafirmo o verso "É preciso reler Olavo" no "Poema da Precisão" que publiquei no canal do Paulinho.

Este conteúdo tem uma relevância maior para os demais, os “desavisados e sabichões”[3], com o intuito de lhes esclarecer que nada do hoje é fruto do agora, mas de uma construção histórica lenta e gradual, obra de muitas mentes neurologicamente perturbadas.

O reproduzido aqui coletei de “Seminarium Olavo de Carvalho – Páginas de um diário filosófico – Volume 2: 2010 a 2013” e de “O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota”. Ao avaliar cada pensamento, cada alerta, atente para o ano em que foram proferidos.


 

DE SEMINARIUM

Respeito a divisão feita na edição da Vide Editorial.


COMUNISMO E FORO DE SÃO PAULO

2012

“(...) por que os sovietólogos ocidentais, tão prestigiosos, tão bem pagos tão dotados de amplos meios de investigação, não atinaram nem por um momento com a queda iminente da URSS?”

“A lógica revolucionária é a desorganização sistemática da sociedade e o aumento do poder do grupo revolucionário.”

 

2013

“Uma hipótese viável é que o estado de confusão se torne crônico e se integre no dia a dia da população, como aconteceu com o banditismo, servindo de cortina de fumaça para mudanças mais profundas e menos visíveis vindas de cima.”

“Se os militares não reagirem diante do descalabro, a solução para os que não admitem tal estado de coisas é pedir para serem fuzilados em praça pública ou exilados para alhures, por que aqui será impossível viver.” General de Brigada Valmir Fonseca Azevedo Pereira.

“Porque o sujeito não se sente comunista, e participa do movimento, ele conclui que o movimento não é comunista.”

“A soma das vozes populares dá potência ao movimento, mas é a liderança que o canaliza e aproveita politicamente.”

“No meu modesto entender, [os militares] só estão buscando uma desculpa elegante para desaparecer, e aliás nem precisam disso, pois já desapareceram.”

“Movimentos custam muito dinheiro; nenhum tem começo modesto, todos vêm das grandes fortunas.”

“Em todas as revoluções, quem tira proveito da agitação pública não é quem tem o coração do lado das massas, é quem tem a visão estratégica de para onde conduzi-las.”

“Lênin só voltou à Rússia porque tinha uma elite organizada, com vinte anos de experiência, pronta para tomar o poder.”

“Ninguém tenta se precaver contra um mal que julga inexistente.”

“A zélite no Brasil é cagona por natureza, sempre puxa o saco do mais forte.”

“’Causa’, por definição, é uma meta coletiva a que o indivíduo serve sem ter nenhum controle de para onde ela vai, mas confiando que irá na direção dos seus sonhos, e, portanto, assumindo uma responsabilidade que mais tarde, se a coisa acabar tomando um rumo indesejado, ele negará com todas as suas forças.”

“Livrar-se de um último ranço de esquerdismo sentimental é difícil.”

“A estratégia do Foro de São Paulo é a revolução permanente, obstinada, incessante, variando de camuflagem dia após dia. São pequenos golpes que se acumulam ao longo dos anos até que a vítima se torna insensível e incapaz de se defender.”

“Ocupação de espaços não se combate com ideias, mas com desocupação de espaços.”

“O que está em jogo não é liberdade de opinião e sim o acesso a instrumentos de influência, que são instrumentos de poder.”

“Fulanos que só têm “divergências de ideias” com os comunistas, mas não se envergonham e até se orgulham de ser amigos deles, são como um pai que discorda gentilmente de alguém que estupre a sua filhinha.”


POLÍTICA E MILITÂNCIA

2011

“Se o agressor é negro [ou LGBTQI+] , a legitima defesa é proibida.”

“Quando uma teoria não tem substância cognitiva própria, quando ela é apenas uma camuflagem de um jogo de poder, discuti-la em si mesma é entrar no jogo. É preciso quebrar a confiança do jogador, fazê-lo pedir para sair.”

“(...) o golpe de 64 exigiu dois anos de preparação (...)”

“Decorridos vinte anos a China enriquecida pelo dinheiro americano tornou-se a  maior credora dos Estados Unidos, a ditadura continua firmemente instalada em Beijing e a democracia corre o risco de extinguir-se na América.”

[Por acaso] “uma criança pode avaliar as diversas identidades sexuais possíveis e escolher a sua antes da experiência de ter alguma?”

 

CULTURA, ESTUDOS E ASSUNTOS PERENES

2012

“Infelizmente não é possível transmitir alta cultura a milhões de pessoas antes de havê-la transmitido a uns milhares, nem a uns milhares antes de havê-la transmitido a uns poucos.”

“As ideologia são, por definição, simplificações deformantes.”

“Não há comunista bem intencionado. Todo comunista é um mau caráter,  um pervertido mental, um porco. [E quem dá atenção e direitos a eles] é um filho da puta.”

“O comunismo não é contra o liberal-conservadorismo: é contra a humanidade.”

“O grande paradoxo que vocês vão encontrar no estudo do comunismo é: Como é possível que uma proposta que sempre fracassou em criar uma sociedade decente tenha ao mesmo tempo um sucesso sempre crescente como movimento revolucionário?” [Uma ideia de resposta você pode encontrar no PODPAULOS “A Ignorância dos Patos Novos”, de 10/8/25: https://www.youtube.com/watch?v=tuYyPwvPZwg&t=206s]

“O Brasil, de dentro e de perto, é o horror, a depressão, o nojo, a raiva impotente. De longe, é só tristeza e pena. É mais fácil de aguentar.”

“O problema do Brasil é que ele mata você aos poucos, anestesicamente, quase docemente, e a mídia ainda capricha no soporífero para alimentar sonhos insensatos e manter você numa fila eterna, à espera do impossível.”

“Preparem-se. Nos próximos anos a desordem do mundo atingirá o patamar da alucinação permanente e por toda parte a mentira e a insanidade reinarão sem freios.”

“Pode haver alguma satisfação em contestar erros filosóficos, mas maior, suprema, insuperável, é a satisfação de provar que um grande filósofo tinha ainda mais razão do que ele próprio chegou a perceber.”

“Tudo em volta induz à loucura, ao infantilismo, à exasperação imaginativa. Contra isso o estudo não basta. Tomem consciência da infecção moral e lutem, lutem, lutem pelo seu equilíbrio, pela sua maturidade, pela sua lucidez.”

“Todo psicopata é, por definição, psicologicamente invencível. Por mais que você lhe mostre seus erros e prove os seus crimes ele continuará não só proclamando inocência, mas cantando vitória.”

Groucho Marx: “Afinal, você vai crer em mim ou nos seus próprios olhos?”

“Se [vocês] não conseguem evitar a companhia dos psicopatas mediante uma precaução instintiva, podem acabar cedendo e se submetendo ao domínio da mente mais agressiva, mais veloz, mais maliciosa e mais hábil.”

[Quando identificamos algo de anormal em nosso antagonista] “É preciso advertir a plateia de que estamos todos na presença de um criminoso.”

“O Brasil tem um excesso de jovens palpiteiros e uma carência fatal de homens adultos.”

“Numa sociedade subdesenvolvida, a cultura adversária torna-se rapidamente cultura oficial e seu empreendimento de auto destruição, agora legitimado pelo estado, arrasta a população inteira para a loucura e o crime.”

Erik Satie: “Nem todos os animais receberam os benefícios de uma educação humana.”

 

DE “O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA NÃO SER UM IDIOTA”

A coexistência pacifica das instituições democráticas formais com a total supressão da concorrência ideológica que define as democracias saudáveis, eis precisamente o que caracteriza a situação brasileira atual. (1999)

Todos parecem surpresos com o estado de coisas, mas ele era mais que previsível. Desde o começo da década de noventa, quando o PT investiu  pesado na construção de uma imagem de moralidade impoluta, avisei que a chegada desse partido ao poder inauguraria uma era de corrupção que faria empalidecer os mais rubros escândalos dos governos anteriores. (2005)

Os velhos políticos corruptos limitavam-se a roubar. O PT transformou o roubo em sistema, o sistema em militância, a militância em substitutivo das leis e instituições, rebaixadas à condição de entraves temporários à construção da grande utopia. (2005)



Paulo Vogel

Neste meio, eu sou a mensagem.

AGO/25



[1] Cocoligarquia, termo que uso para referenciar a oligarquia corrupta e covarde responsável por empurrar o Brasil para o precipício, esquecendo que estão dentro do mesmo barco.

[2] Olavo faleceu em jan/2022, aos 74 anos, em sua casa na Virginia, USA.

[3] “Desavisado e Sabichão” é título de um livro que escrevi há vinte anos. A íntegra está em: www.desavisadoesabichao.blogspot.com








quarta-feira, julho 30, 2025

IMPREVISÍVEIS PREVISÕES


Estamos no final de julho de 2025, um mês que, prevejo, poderá ficar na história como marco de um tempo de incertezas, especialmente para o Brasil, este país capenga, previsto um dia vir a se levantar do “berço esplêndido”, se agigantar em suas riquezas naturais, e justificar a vaga previsão de Stefan Zweig de “país do futuro”.

Estou completando e encerrando[1] – já me adianto anunciar – 8 anos de discreta escrita militante digitrônica no espectro político rotulado de “direita”, espaço frequentado por conservadores nos costumes e, em diferentes medidas, liberais na economia.

Adquiri o hábito de começar o dia vendo mensagens de emeio, e vídeos no zap e iutube. Nestes últimos dias dediquei-me a configurar a opção “não recomendar o canal”[2] em TODOS os canais que noticiam ou comentam política. No zap, saibam todos, passei a ignorar e apagar o que me mandam sobre o tema. Nada contra ninguém, mas tudo contra o conteúdo. A contrapartida é que também deixo de lhes abarrotar a escassa memória com tais irrelevâncias!


Se estou, por um lado, em puro estado de cansaço mental por me envolver nesta nuvem ocidental[3] de completo nonsense, por outro, estou tardiamente reconhecendo e aceitando não passar de um mero palhaço sem graça (ou des/graçado) no picadeiro político, sem significância para ser obstáculo ao processo em curso de desmanche da Nação.

Este reconhecimento fundamenta meu afastamento de quaisquer falas e fatos políticos, pois “é preciso”[4] proteger um estado razoável de sanidade mental.

Quando temos na presidência, um descondenado por corrupção, invocando uma pretensa “soberania brasileira” e, simultaneamente, defender a “urgência de uma governança global”, é porque a lógica foi pro “saco”.

Quando todos os condenados por roubar milhões, digo, bilhões dos contribuintes, têm suas penas ANULADAS[5] e, em sentença inversa, é negada a anistia a cidadãs condenadas a mais de 12 anos de prisão por exercer o direito de protestar, é porque uma tropa de elite neurologicamente perturbada assumiu o phoder, com h.

Quando uma ministra, em suprema hipocrisia, diz que “a censura é proibida constitucionalmente, eticamente, moralmente, e eu diria até espiritualmente“, e, em seguida, contra sua própria sentença de que “o cala-boca já morreu”, vota, sem qualquer rubor[6], a favor de “calar a boca” de 213 milhões de brasileiros, então é porque a moralidade apodreceu, e a putaria se instalou como Lei máxima da República.

E para deixar claro aos desentendidos, se tal decisão do STF não for suficiente, o mesmo sujeito que pediu a um ditador africano para lhe ensinar o segredo de como ficar 40 anos no poder, recentemente fez um pedido especial a seu guru Xi Jinping “para lhe enviar um especialista” com a incumbência de implantar seus métodos de censura por aqui. Isso é soberania lulopetista na veia!


Há muito pouco que possamos fazer além de reservar domingos para manifestar nossa “precisão” nas orlas das praias ou nas avenidas principais de algumas capitais. E não é que juntos não sejamos uma força a ser considerada. É que o mundo contemporâneo instrumentalizou desproporcionalmente “eles” e nós. Há um abismo, como nunca antes, entre os intere$$e$, com cifrões, e as armas das cocoligarquias – corruptas e covardes - locupletadas com a oligarquia dominante no ápice da pirâmide, e nós, os cidadãos fantoches, praticantes ou não de uma inocência hipócrita, crentes de que a Era Digitrônica[7] veio para nos salvar das garras do Leviatã. Como somos convenientemente tolos e crédulos!

Os acontecimentos deste último mês, se foram mais ou menos previsíveis, deixam um pacotão de imprevisibilidades. É evidente a escalada do embate entre forças globais de dentro e de fora do phoder, com h. Nesta corrida furiosa e maluca, ultrapassagens a todo instante. Pilotos psicopaticamente agressivos passam dos limites e tentam jogar o opositor para fora, não da pista, mas do campeonato. Se é imprevisível o dia em que terminará, é previsível um vencedor, aquele único sobrevivente de todos os acidentes mortais inevitáveis. Também é imprevisível seu estado de saúde na chegada e as consequências da ressaca após se embriagar com a Champagne da vitória.

É imprevisível que possa surgir um “azarão”, como no turfe, aquele pangaré em quem ninguém aposta – feito Bolsonaro em 2018 - correndo por fora, atropelando os líderes e vencendo no foto chart? Só quem viver verá!

Tudo é previsível como ação, imprevisível como resultado, neste processo de dobra de apostas num mundo em que não se respeitam mais leis e valores morais. Não que eu esteja defendendo algum valor moral em particular, mas simplesmente apontando que não há mais qualquer valor moral. Só há um valor imoral: o do intere$$e, com cifrões, de quem, em tese, recebeu o poder para exercê-lo, sem “h”, em nome de todos os cidadãos.

Minha imprevisível previsão final é que os fatos presentes têm continuidade previsível, mas ao cabo as consequências são imprevisíveis para a civilização.

Cito, caminhando para o fechamento deste desabafo, alguns pensamentos a que atribuo alguma consistência filosófica.


De AYN RAND (1905/1982. “Moralidade é o julgamento que permite distinguir o certo do errado, é a visão que enxerga a verdade, é a coragem que age com base no que vê, é a dedicação ao que é bom, é a integridade de quem permanece no lado do bem a qualquer preço. Mas onde se encontra isso?” 


De EDMUND BURKE (1729/1897:
A conveniência é a sábia aplicação do saber geral às circunstâncias particulares. O oportunismo é a sua degradação.”


De Aristóteles (-384/-322): “Devemos
disciplinar nossos apetites para que a virtude triunfe sobre o vício.”

E, por fim, de Gertrude Himmelfarb (1922/2019): "A degradação dos valores morais está ameaçando a prosperidade das sociedades e as nossas liberdades individuais básicas. O que significa uma tentativa de normalização dos desvios de caráter.” Isto lhe soa familiar?


Reforço, enfim, meu comprometimento em não falar nem escrever sobre política, políticos, jornalistas e socinistas[8]. Emitir opiniões contra ou a favor. Isto definitivamente só me traz malefícios. E pra você?

Vou ficar com os bate-papos de Paulão e Paulinho sobre temas que considerar de mínima contribuição para “entender o que acontece em nós e à nossa volta”.

Até lá! E fique bem![9]


Paulo Vogel

Neste meio, eu sou a mensagem.

JUL/25



[1] Me é incompreensível a credulidade de gente instruída que me manda um vídeo do “Paulo Guedes” conclamando o sujeito a depositar 600 reais hoje e daqui um mês, repito, um mês, ter 90 mil reais!!! E isso só para começar!!! E ao ser alertado da fraude, responde com: “Ué, mas o Paulo Guedes não tem credibilidade!!!???”.

[2] A desgraça é que tal “opção”, assim como a de “bloquear” propagandas, não são respeitadas como esperamos que sejam.

[3] Além de sempre restringir minhas alegações ao Ocidente, o lado do mundo majoritariamente cristão e democrático em que vivo, sabemos que o oriente tem vieses diferentes e até mesmo opostos e, portanto, o que em tese vale aqui, não vale por lá.

[4] Para entender as aspas em "precisão", assista, no canal do Paulinho, ao vídeo “Poema da Precisão”.

[5] Há um risco ainda não afastado de que os anistiados venham e requerer o reembolso das quantias devolvidas aos cofres públicos por conta das condenações descondenadas.

[6] Tal "distúrbio" cognitivo da ministra, obviamente, tem por fundamento uma submissão a interesses inconfessos.

[7] Digitrônica – é o termo que criei para referenciar o pacote formado pelas tecnologias digitais e eletrônicas que dominam as relações humanas em nossos dias.

[8] Socinista é outro termo que criei para referenciar o pacote ideológico socialista/comunistas, onde o primeiro é a cama para acolher o segundo.

[9] Uso essa exclamação em tributo a meu neto, Henrique Palladino, que a manifesta sempre como expressão de seu desejo ao se despedir de quem gosta.






segunda-feira, abril 21, 2025

O ALVO ERRADO – TODO PODER É CONCEDIDO

 

Fico nervoso, me agito, quero  dar um grito, me incomodo profundamente quando leio ou ouço um “analista”, ou “articulista”, ou “comentarista”, jornalista ou não - importa apenas que ganhe seu sustento transmitindo informação -, emitindo críticas, opiniões e avaliações sobre causas e consequências de ações de poder como se estas fossem apenas uma característica pessoal, intrínseca à personalidade, à sua natureza. Tal conclusão é absolutamente errônea, apesar de o poder, para ser exercido, precisar partir de alguém com uma base moral que o sustente, caso contrário ele é só um “mané” como todos nós.

É plausível, admissível, aceitável, que o cidadão comum, o ser humano integrante da massa de governados, atribua a um indivíduo a condição de poderoso como um atributo inerente à sua personalidade. No abismo que separa as realidades de informação e conhecimento destes dois, o opressor e oprimido – é disto que se trata o exercício do poder –, atribuir e concentrar o poder em um só indivíduo é a única alternativa à disposição para “enxergar” e justificar o que quer que esteja acontecendo.

Mas um “jornalista”? Um pretenso “especialista”? Não, aí não dá, fica difícil, pelo menos para mim, aceitar. Tenho imenso respeito por vários profissionais que se mantiveram e se mantêm nas trincheiras da resistência, da rebeldia, contra a destruição a que o país está submetido. Não preciso citá-los, nem os que estão aqui, nem os que estão fora, quem acompanha em alguma medida o noticiário político sabe quem são. Mas, exceções raras à parte, eu os critico por manterem o público apartados da realidade do que acontece no poder político atual fazendo acrobacias verborrágicas que, obviamente, servem para proteger o próprio bolso e pescoço. Mas só. Esta é a única razão que encontro, pois expor a realidade do poder é deixado para trás das câmeras 

Ninguém “tem” poder! Fulano não tem poder. Sicrano não é perverso apenas porque é naturalmente perverso. A perversidade, psicopata ou não, por si só não significa poder, apenas aptidão para o poder. A perversidade para se realizar precisa de um instrumento que a possibilite. Nos andares de baixo das sociedades, o poder perverso é concedido pela força física e pelas armas. Nos andares de cima, nos governos, em todos os governos, mas especialmente nos tirânicos, ele é concedido pelos beneficiados da concessão que é dado ao perverso “mais habilidoso”.

Beltrano não tem poder. Ele está no exercício de um poder que lhe foi concedido pelo conjunto de indivíduos e entidades que se beneficiam ou irão se beneficiar das ações, perversas ou não, daquele a quem, na intimidade dos conchavos de pé-de-ouvido, “elegeram” para representá-los.

Portanto, quando se mira no indivíduo, o alvo está errado, não importa seu nome, nem se é tratado de “Excelência”, “Excelentíssimo” ou “Digníssimo” . Não é expondo e combatendo o “representante” que as sociedades podem derrubar o poder arbitrário. Há que se expor publicamente todos os concessores. Há que se arrancar as capas que escondem os reais sustentadores do phoder político, com h. Sim! Porque o poder é legítimo quando objetiva um fim humanamente legítimo, mas absolutamente ilegítimo quando seu fim, o phoder com h, é o esmagamento da vontade, da liberdade e dos direitos intrínsecos à natureza dos seres humanos.

Tenho dito, com base na história da civilização ocidental, que todos os governantes depostos de seus tronos, o foram pelos insatisfeitos de dentro. O motivo é simples. Enquanto a ideologia serve de guarda-chuva para o objetivo comum de chegar e se manter no phoder, com h, os intere$$e$ são sempre particulares, o que, em certo momento, sempre acaba criando um contingente daqueles que, por não serem atendidos em seus intere$$e$, $ua$ demanda$, passam, de amigos do Rei a seus algozes. Isto não significa que os cidadãos não tenham papel neste jogo. A insatisfação popular com as arbitrariedades dos phoderosos é o fundamental combustível que alimenta e justifica a ação dos adversários. O parlamento nem sempre age em nome dos cidadãos, mas sempre há de preferir agir sobre demandas dos eleitores, se elas houverem.

Para que meu leitor não pense que tais palavras habitam apenas a mente deste irrelevante “mané” brasileiro, reproduzo a seguir algumas passagens escritas por Ludwig von Mises, em sua obra “Ação Humana” – uma das mais importantes de sua autoria. Você as encontrará entre as páginas 178 e 181. Ei-las (os grifos são meus):

 

“A sociedade é um produto da ação humana. A ação humana é dirigida por ideologias. Assim, a sociedade e qualquer ordem concreta de assuntos sociais são resultados de ideologias.”

“Então, a definição de poder é a habilidade de acionar as ações de outras pessoas. Aquele que é poderoso deve sua força a uma ideologia. Somente as ideologias podem transmitir ao homem o poder de influenciar as escolhas e a conduta de outras pessoas. Alguém pode se tornar um líder apenas se for apoiado por uma ideologia que torne as outras pessoas tratáveis e complacentes. O poder não é, portanto, algo físico e tangível, mas um fenômeno moral e espiritual. O poder de um rei repousa no reconhecimento da ideologia monárquica por parte de seus súditos.”

“Aquele que usa seu poder para dirigir o estado - o aparato social de coerção e compulsão - é quem governa. (...) A regra é sempre baseada em poder, ou seja, a autoridade para controlar as ações de outras pessoas.”

“É claro que é possível estabelecer um governo sobre a opressão violenta de pessoas relutantes. É típico do estado e do governo que eles apliquem a coerção violenta ou a sua ameaça contra quem não está preparado para ceder voluntariamente. No entanto, essa opressão violenta não é menos fundamentada no poder ideológico. Quem queira aplicar violência precisa da cooperação voluntária de algumas pessoas. Um indivíduo inteiramente dependente de si mesmo nunca pode governar apenas por meio da violência física. Ele precisa do apoio ideológico de um grupo para subjugar outros grupos. O tirano deve ter um séquito de partidários que obedecem às suas ordens por vontade própria. Essa obediência espontânea lhe fornece o aparato necessário para a Conquista de outras pessoas. Se ele consegue ou não conquistar sua influência, isso depende da relação numérica dos 2 grupos, daqueles que o apoiam voluntariamente e daqueles a quem ele controla por submissão. Embora um tirando possa por um tempo governar através de uma minoria, caso esta minoria esteja armada e a maioria não, a longo prazo a minoria pode dominar a maioria. Os oprimidos irão rebelar-se e abandonarão o jugo da tirania.

“Governantes que não reconheceram este princípio de governo e confiando na suposta investida irresistível de suas tropas armadas, desdenharam o espírito e as ideias, no fim, foram derrubados pelos ataques de seus adversários.”

“Aquele que interpreta o poder como algo físico ou ‘real’ a ser levado adiante, e considera a ação violenta como a real base de governo, vê as condições do estreito ponto de vista dos oficiais subalternos encarregados das seções de um exército, ou força policial.”

O chefe de governo deve visar a preservação do moral das forças armadas e da lealdade do resto da população, pois esses fatores morais são os únicos elementos reais sobre os quais repousa a continuidade de seu domínio. Seu poder diminui caso a ideologia que o sustenta perca as forças.

“A opinião pública de um país pode ser ideologicamente dividida, de tal forma que nenhum grupo seja forte o bastante para estabelecer o governo durável.”

Terminando. Se você quer entender o que acontece à sua volta, se pergunte sempre: que interesses estão sendo protegidos? No âmbito da alta política provavelmente você não conseguirá ter a resposta, mas tenha a absoluta certeza de que intere$$es particulares estão sendo protegidos, mesmo que isto signifique a perda de seus direitos “inalienáveis”.


Paulo Vogel

Neste meio, eu sou a mensagem.

ABR/25

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