domingo, dezembro 18, 2016

COMENTÁRIOS DA SEMANA - DE 18 A 24/DEZ/2016

24 - O NATAL E O RECESSO





Aos que aqui retornam e dedicam minutos de suas vidas lendo e meditando sobre as hipocrisias com que nos deparamos no dia-a-dia, deixo meu desejo de momentos alegres juntos aos seus entes mais queridos nas festividades deste fim-de-ano.

E que aqueles que, como eu, são privilegiados pelo direito de um recesso das atividades padrão, usem parte deste tempo para pensar em qual poderá ser sua contribuição para o futuro do BRASIL, pois ele será o que nós, BRASILEIROS, fizermos por ele.


21 - Como previsto.

A CONCER cobra o pedágio mais caro do Brasil e para compensar seus otários-usuários mantém uma equipe que realiza capina em alguns poucos pontos às margens da rodovia BR-040. Terminar a construção da Nova Subida? Nem pensar!!! Fazer a manutenção da "Melhor estrada do Brasil" (eles é que sempre anunciam isso)? Qual o quê!!! 

O Globo, em 17/12/16, nesta matéria de página, trata sobre a situação atual:

- Suspeita de sobrepreço de 400 milhões de reais.
- Inércia da ANTT - "A agência perdeu a moral (sic) para cobrar melhorias". (???)

- Grupo Triunfo, controlador da CONCER, é alvo na Lava-Jato
- Completa falta de recursos (sic) para fazer a manutenção!!!
- 12 Termos Aditivos assinados até agora.
- E eles reivindicam a prorrogação da concessão por mais 17 anos!!!!

19 - HIPOCRISIA QUE ROLA, E ROLA, E ROLA

Merval Pereira, em sua coluna do dia 14/12/16, lembrou um dos muitos oportunismos petistas. Eis, com uma semana de atraso:

"O Congresso aprovou ontem a limitação dos gastos públicos 11 anos depois que essa proposta foi apresentada pela primeira vez, justamente por um ministro da Fazenda petista, Antonio Palocci, apoiado por um ministro do Planejamento petista, Paulo Bernardo, que foram bombardeados pela ministra também petista da Casa Civil, Dilma Rousseff."

E deu no que deu.

O mundo gira, a hipocrisia rola, e assim nós vamos vivendo...

18 - NA CONTRAMÃO DA ESQUERDA 


Desde 2005 existem as Olimpíadas de Matemática. E desde então, Conceição dos Ouros e Dores do Turvo, cidades mineiras, entraram para o mapa do Brasil, independente de qualquer ação estatal-protecionista petista.

Os pretensos filósofos da esquerda-cabide, ferrenhos defensores da ideia de que o cidadão é incompetente e fraco por natureza, deveriam assistir ao programa do Fernando Gabeira que revela e exalta os alunos das escolas daquelas duas cidades que são medalhas de ouro e prata naquela competição.

Também os que defendem que a humanidade é, por genética, competitiva, devem assistir, pois ganham um reforço da experiência prática para suas convicções.

Eis algumas passagens.

“Todo mundo gosta de ganhar. (...) um aluno via o outro ganhando, também queria ganhar. Um professor via o aluno da outra professora ganhando, também queria que o aluno dele também ganhasse. (...) O que leva o aluno a se interessar é o incentivo.”

“Os atletas ganham porque treinam.“
Professora Rita de Cássia, da escola estadual João Ribeiro de Carvalho, de Conceição dos Ouros.

“A competição foi a chance de promover nossos alunos. (...)Com isso ano a ano fomos melhorando os resultado, tendo destaque nacional, com isso o estímulo foi cada vez maior e desenvolvendo a auto-estima. A gente hoje consegue inserir um número muito maior de alunos em grandes universidades.”
Prof. Geraldo Nogueira, escola Terezinha Pereira, de Dores do Turvo,

“Lembro de uma mãe de um aluno que catou latinhas no carnaval para poder vender e juntar dinheiro para fazer cópias das provas anteriores do concurso para o filho estudar.”
Adriana Carvalho, Diretora da escola de Dores Terezinha Pereira

À esquerda-cabide não interessa enxergar que a competitividade é o principal elemento da evolução de tudo, dos insetos às galáxias. Não sem razão, portanto, temos andado nos últimos anos na contramão da natureza humana.


segunda-feira, dezembro 12, 2016

COMENTÁRIOS DA SEMANA - DE 11 A 17/JUN/2016

17 - O QUE FALTA?

Por que um escritório de advocacia, Marcondes & Mautoni, que se propõe a fazer "diplomacia corporativa", contrataria Luis Cláudio Lula da Silva para prestar consultoria de marketing?


Imagem obtida da homepage do website da empresa em 17 dez 2016

Informações acessórias: o escritório era contratado de empresas, entre elas, a SAAB, sueca,  para fazer lobby junto ao governo de Lula para nos vender aviões de caça.

Eis que, investigada a documentação da consultoria pela Policia Federal, descobre-se que o laudo que justificou a cobrança de serviços no valor de 2,5 milhões de reais, foi montado a partir de textos publicados na wikipedia.

A pergunta que falta responder: por que até agora nem Luis Inácio, nem Luis Cláudio foram presos? 

O que ainda falta?





15 (2) - FUGINDO DA PERGUNTA FINGINDO UMA RESPOSTA

Deve ser por masoquismo que acompanho os noticiários políticos e econômicos assistindo a Globo News. Vários são os programas de entrevista. Entre estas, aqueles que entrevistam personagens das esquerdas ("esquerda-caviar", "esquerda-cabide", esquerda radical e que tais), invariavelmente revelam três aspectos:

1) São contra toda e qualquer medida tomada pelo governo enquanto não são eles no poder. São contra a PEC, a reforma do ensino médio, a redução de privilégios, a reforma da Previdência. O discurso é: "sou contra".

2) Eles, agora fora do poder, adquiriram uma amnésia crônica, incurável. Nenhum deles, nem seus partidos, tiveram responsabilidade sobre a maior recessão da história do país.

3) Se negam a apresentar proposta alternativa. Defendem a continuidade do déficit a ponto de se enrolarem no paradoxo de criticarem o pagamento de juros da dívida quando a dívida foi e é fruto do déficit!!!  Fogem da pergunta (explícita ou sugerida), fingem uma resposta para não ficarem calados frente às câmeras.

Para confirmar o que digo, procurem assistir, especialmente, às participações de: Lindbergh Farias, Guilherme Boulos, Tarso Genro, André Singer, Rui Falcão, Randolfe Rodrigues, Jorge Viana, prof. Pedro Paulo Bastos (este, além de tudo, esqueceu a educação em casa).

Ao final, tentem resumir quais são as propostas das esquerdas que nos tirarão do atraso.
Resultado de imagem para imagens de lindberg farias







15 (1) - MALAS HIPÓCRITAS

O político, como observamos todo dia, respira hipocrisia. Ele vive da e na hipocrisia. Ele precisa de voto para se perpetrar no poder. A verdade, vem depois da mentira, se é que virá algum dia.

Ontem, por unanimidade, o Senado anulou a decisão da Anac de permitir às companhias aéreas de cobrar uma taxa proporcional ao peso da bagagem dos viajantes. Uma medida que todos deveríamos celebrar, pois aqueles que carregam apenas uma valise de mão, não pagariam (como pagaram até aqui) pelos que sempre estão acompanhados de bagagens com peso várias vezes o do próprio corpo.

O senador petista, Humberto Costa, foi o autor da proposta. Absoluta coerência com a hipocrisia de sua vertente filosófica, expressa no dito popular "me engana que eu gosto". Mas a unanimidade revela o paradoxo de que mesmo senadores defensores da livre-concorrência, concordam em se intrometer em uma questão que diz respeito exclusivamente a viajantes e empresas aéreas, assunto este que o sistema de livre-mercado tem um farto conjunto de mecanismos para resolver.

Se tomássemos como eficaz a anulação da media, teríamos que admitir uma entre duas hipóteses:

1) As malas não pesam. Ou pesam, mas as companhias aéreas colocam o custo do transporte deste peso na rubrica "prejuízos assumidos".

2) Pesam, mas o custo do transporte deste peso não deve ser revelado ao "povo".



E aí vem uma incoerência. Desde alguns poucos anos as empresas são obrigadas a revelar o imposto incluso em suas vendas ao consumidor. O imposto-mala deve ser revelado, mas o custo-mala, não!!!???

Em 2018, quando das eleições para o Congresso, teremos a oportunidade de nos livrar dos políticos-malas. Poderemos despachá-los de volta para casa, com suas malas cheias de propina, sabendo ou não quanto lhes custará o transporte.


14 - O PRINCÍPIO DE UM CAPITALISMO-SOCIAL


"Temos que ajudar os que não podem andar sozinhos."

Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016)




13 - CÓDIGO DE CONDUTA

Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht, "cita 14 Medidas Provisórias aprovadas ou modificadas para se ajustar às necessidades da construtora", como consta em nota da coluna do Ricardo Noblat de ontem. Foi um investimento de 17 (*) milhões de reais aportado diretamente ao caixa 2 de parlamentares que garantiram a aprovação das medidas. 

No entendimento da empresa, foi apenas a aplicação do princípio que a companhia zela , qual seja o da "Confiança no Ser Humano, no seu potencial e na sua vontade de se desenvolver". 

Para aplicar com eficácia o tal princípio, a Odebrecht crirou um departamento específico para lidar com os estímulos à vontade de o ser humano se desenvoler. Rotulou-o como Departamento de Relações Institucionais.

E ainda tem gente que não acredita no postulado de Einstein de que "tudo é relativo".

(*) Dias depois, este número foi apresentado em uma matéria da Globo News como sendo de 68 milhões.


12 - CARTAS DO LEITOR (*)

Prezado Editor,

Excelente, por didático, esclarecedor e texto fluído, o artigo (ou seria contra-artigo?) do professor Samuel Pessôa expondo as vísceras da hipocrisia petista reveladas no artigo de Ruy Fausto, da Piauí de outubro. 

Como na imensa maioria das análises que leio, o professor comete o deslize de atribuir razões filosóficas a ações que são, na base, fruto de decisões egocêntricas e autocráticas de psicopatas no poder. Considerado isto, não há como esperar uma revisão do que quer que seja, pois instituições não se revisam, se protegem. Apenas indivíduos com sua "vontade de poder" podem "revisar" por desejo de fazer valer suas "verdades".

A grande armadilha sugerida existe, mas é sempre a posteriori. Lula, antes de se eleger, proclamava que programas como o Bolsa Família serviam apenas para comprar o eleitor. Eleito, fez o que fez. Agora, a esquerda (seus líderes), fora do poder, se coloca, como antes de 2002, contra tudo e todos. Simplesmente porque o único caminho de voltar ao poder é ser contra quem lá está. Ouvir gente como Marilena Chauí e Lindbergh Farias, é um exercício de auto-flagelo.

Minha discordância pontual se restringe apenas ao apoio que o professor confessa dar ao programa de cotas, o que, por conceito, é inadmissível para o capitalismo, onde o mérito é um alicerce fundamental deste sistema que ele mesmo defende. 

Paulo Vogel


(*) Texto enviado à revista Piauí nesta data, pós leitura do artigo "A armadilha em que a esquerda se meteu", do professor Samuel Pessôa.

sexta-feira, dezembro 09, 2016

COMENTÁRIOS DA SEMANA - DE 04 A 10/12/2016

06 - HIPOCRISIA PÓS MORTEM


Diz Raul que seu recém falecido irmão deixou ordens claras, inquestionáveis e eternas para não serem erguidos monumentos em sua homenagem, nem mesmo placas nominando ruas, praças etc. Diz Raul que Alejandro justificou ser radicalmente "contra o culto à personalidade" (sic).


Hoje, enquanto me visto, ouço a jornalista-apresentadora da Globo News, avisar de um documentário sobre o futuro das esquerdas. Até aí, nada de novo, é o que mais se fala nestes últimos anos. O curioso, é a frase de chamada: "ainda haverá espaço para o socialismo democrático?" (sic). A hipocrisia não está em "socialismo democrático", mas no "ainda" que induz tolos futuros a vir a ver no socialismo da Ilha castrista, um regime democrático!!! 

Ambas as falas hipocrisia pura pós mortem.


05 - COMO SERÁ? (*)


A Câmara dos Deputados nos golpeou na madrugada. Inspirado por Fidel, Renan tentou nos executar no "paredón" do Senado, mas com apenas 14 soldados, não conseguiu. Com a LAVA-JATO cercada por más intenções, a Força-tarefa se vê sem forças e prenuncia sua auto-dissolução. A tragédia da Chape nos nocauteou emocionalmente e as "ruas" do dia 4/dez não foram o que deveriam (e poderiam) ser. Sérgio Moro permanece de pé. Temer, sentado, teme o que lhe poderá cair no colo (o que farei?).


E nós, o que faremos? E se não existe fim, que meio restará ao Brasil? A nós?

(Plágio de título de programa da TV Globo.)

quarta-feira, dezembro 07, 2016

TEXTO VELHO, DE ABRIL DE 1987

Em resposta a um amigo.

(...),

quem é "o povo"? Esse de quem tanto os políticos falam nas proximidades de eleições? Esse do qual nenhum deles se lembra depois de eleito? Esse de quem o discurso pedetista/brizolista tanto fala? Estou tentando encontrá-lo, mas, confesso, está difícil!, pois a cada vez a que eles se referem, parecem estar falando de um "povo" diferente.

Eu sou povo? Um desempregado, morando na Barra da Tijuca, devendo ainda 10 anos de prestações, esperando que o governo não tome medidas que levem à recessão, pois aí será muito mais difícil conseguir uma maneira honesta de sobreviver... Eu sou povo?

Eu fui "povo"? Um estudante da USP nos terroristas primeiros anos da década de 70, dormindo numa beliche em um quarto com goteiras na pensão da Almerinda? Motorista de uma das kombis do espanhol, fazendo fretes para salvar uns trocados? Ou sentado nos bares nos inícios das noites paulistanas, a discutir, entre chopps e pastel, as utopias de jovens de 20 anos e com um puta cagaço de ser dedurado para a repressão por uma palavra mal-dita a decibéis incautos? Eu fui "povo"? Acho que sim. Estudante universitário, pretensamente de esquerda, obrigatoriamente idealista, duro e que ainda (?) não entrou no sistema, sempre foi usado como "povo".

Fica um problema: se antes eu era e agora não sou mais, em que momento deixei de ser "povo"? O que foi que fiz para não mais pertencer a essa privilegiada categoria "povo"?

E você, é "povo"? Diretor de Arte de uma grande agência de propaganda, ganhado dezenas de vezes o salário mínimo, morador de Ipanema, navegador em seu próprio veleiro nos finais de semana em Angra, pretenso intelectual/militante do PDT a defender a tese do "Deus no céu e Brizola no poder"... Você é "povo"? E não me venha com o "péra'í, não é isso que eu tô falando...".

Será que "povo" é aquela parcela da população que ganha salário mínimo, ou menos, não tem o que vestir, mal tem o que comer e mora em condições sub-humanas? Hummmmm! Foi para estes que construíram o sambódromo? Disseram que "o povo" exigia a Constituinte. Será que estes aí sabem o que é e quanto importa para suas vidas uma Constituição?

Em todo caso, e os outros? Os que ganham meia dúzia de salários mínimos, aqueles ditos de classe média, são "povo"?

Enfim, quais são os parâmetros?  Quando se diz "o povo está passando fome" quem é "o povo"? A sua empregada almoça e janta na sua casa. Ela está passando fome? Não? Então ela não é "povo"? Quando se dizia na época das diretas que "o povo está nas ruas e praças", quem era "o povo"? Pelo que me consta todo tipo de cidadão, das mais diversas atividades, das mais diferentes classes econômicas, estava lá. Então, quem é "povo"?

"O povo", meu Amigo, sou eu quando o político está interessado nos votos do morador da Barra e usa o discurso do "povo da Barra" para conquistar meu apoio. O "povo" é o favelado quando, ao discurso do político, interessa atingir os que moram nas comunidades. O "povo" serão todos aqueles que puderem se entusiasmar com o discurso de um político e levá-lo ao poder, pois, os que não se entusiasmarem, cúmulo da hipocrisia, não fazem parte do "povo".

O sr. Brizola e todos os políticos, não estão, nunca estiveram e nunca vão estar interessados em povo nenhum. Nem ao menos saber o que o "povo" quer. O que lhes importa é chegar ao poder e implantar as ideias que eles "acham" que o "povo" deve querer. Quando o sr. Brizola determina que "o povo" quer escolas, não há manifestação, por mais contundente que seja, que o faça entender que o que o "povo" quer é comer. É saúde. É oportunidade de trabalho para sustentar a si e aos seus.

Agora, meu Amigo, o povo, sem aspas, sem demagogia, somos todos nós, CIDADÃOS que habitam um pedaço de chão qualquer dos 8 milhões de quilômetros quadrados deste país. Somos todos nós que, de alguma forma, contribuímos com a nossa existência para que ele seja uma Nação. Somos todos, de qualquer categoria, sem categoria, de qualquer classe ou sem ter onde cair morto, de qualquer raça, cor, religião, idade ou sexo. Povo somos todos nós que, como cidadãos, queremos ter direitos e oportunidades de realizar nossos sonhos. Ou pelo menos sonhar. Sem a tutela de quem quer que seja. E aí, meu caro, não estamos falando de grupos. Estamos falando de todos nós. Sem exceção. 

O dia em que você se deparar com um político que em lugar de dizer que "o povo quer...", disser "eu quero", ouça-o. Vai valer a pena verificar se você concorda com o que "ele" quer. Tal político, se vier a existir, mostrará ter um virtude: não é hipócrita.



Quase trinta anos se passaram e estamos assistindo a Renan e seus acólitos. É brochante!!!

segunda-feira, novembro 28, 2016

COMENTÁRIOS DA SEMANA - DE 27/11 A 3/12/2016

29 - "O DIA D DOS LADRÕES"

Indico a leitura da coluna de Jabor, de hoje, em O Globo.


28 - FIDEL, O PAI DELES DOS ÚLTIMOS ANOS

A "revolução cubana" de 1959, teve como mote tomar o poder em nome do restabelecimento da "democracia" (o entre aspas é explicado mais adiante).

Confesso que conheço pouco da história política mundial, mas tenho a sensação (ou conclusão do que observei ao longo da vida) que toda revolução de extrema esquerda se vale deste argumento, as variações são apenas de discurso, na prática o fundamento é o mesmo. Tomado o poder, todas elas se tornaram ditaduras de fato e/ou de direito. Tal como as revoluções de extrema direita. As diferenças estão na base. A direita se revolta, não em defesa da democracia, mas para salvar o país do totalitarismo de um comunismo radical. Ambas se sustentarão no poder promovendo uma "limpa" geral e restrita exterminando todo e qualquer dissidente, discordante ou não simpatizante.





 

Fidel, como Stalin, como Mussoline, como Hitler, como os militares no Brasil, na Argentina, enfim, como tantos outros, só sustentam suas "grandes verdades utópicas" porque reconhecem, mas não admitem, que elas são utópicas e grandes mentiras. Aboletados no poder, só lhes resta a saída de eliminar os que têm "grandes outras verdades utópicas" que possam atrapalhar suas trajetórias psicopatas em direção à perpeturação do poder. A democracia vai pro saco, ou melhor, a democracia boa é quando quem manda sou eu, seja à direita ou à esquerda do espectro de alternativas, quando todos obedecem aos meus ditâmes, sem oposição.

Mas a opressão não se perpetua sem que se estabeleça uma justificativa institucional. Assim, tal como o homem criou Deus, no plano espiritual, para estabelecer uma negociação com a força opressora - a natureza indomável, inexplicável e temida -, o cidadão cria o "Pai", o "Comandante", o protetor a quem reverenciam enquanto alguém está olhando, mas que abominam no escuro do quarto com a cabeça no travesseiro.

Quem será capaz de trazer outras explicações razoáveis para os discursos de horas de Fidel e seu "paredón" - jeito prático de se livrar de incômodos -, das manifestações de raiva de Hitler nos discursos e nas práticas contra os judeus, ou das ameças nucleares de King Jong-Un?



"A Ilha", um Estado de pequenas dimensões que, como ilha, protegido da interferência de vizinhos, foi facilmente controlado durante alguns anos. Na virada das décadas de 80 para 90, quando perdeu o escamoteador da "verdade verdadeira" por trás do discurso, a Sierra Maestra começou a desmoronar. Quem acredita na excelência do ensino cubano onde a promessa para estudantes universitários é ser motorista de táxi ou balconista de bar? Quem, no domínio de sua sanidade, acredita na excelência da medicina num país que controla o alimento da população através da distribuição de vales semanais ou mensais para troca no empório do Estado?

Todos esses líderes são psicopatas alimentando seus egos doentios. O chamado "povo" é apenas a grande massa de manobra. O que teremos no futuro? Sendo a política fundamental para a existência minimamente estável da vida em sociedade, será que conseguiremos construir mecanismos que nos livrem dessas mentes geneticamente concebidas para causar o mal? Será que os razoavelmente sãos poderão um dia servir aos seus semelhantes apenas pelo servir?

E restringindo ao tema do dia: qual a sua aposta para o futuro de Cuba no médio e longo prazos?



27 - SE NÃO QUER PARTICIPAR, NÃO ENTRE.

Marcelo Calero é um ponto fora da curva. Ele saiu do seu quadrado. Pisou na bola e chutou o balde.

Sempre tive a convicção de que as regras do meio se impõem sobre o indivíduo. Sou sempre tímido quando entro em um ambiente novo, não me exponho, me mantenho atento, observador a tudo o que vejo e acontece à minha volta. Quando percebo que já sei o suficiente, convicto de já saber os princípios e normas que ali prevalecem, então decido se permaneço - significa que concordo - ou pego meu boné e me retiro, pois sei que não terei forças, ou interesse, para mudar o meio.

Enfrentar o meio é possível, mas não é aconselhável pela alta taxa observada de insucessos. Sozinho, o reagente será nocauteado com golpes duros na boca do estômago e ganchos fulminantes na ponta do queixo que serão dolorosos por longos anos, quiçá pelo resto da vida. O espírito de corpo age raivosamente em defesa do grupo, não mede ações, tudo vale desde que corte a ameça pela raiz, independente do mal que cause. Calero está sentindo o peso da reação do poder afrontado, questionado. Foi corajoso, aparentemente cuidadoso. Se salvará ileso? Duvido muito. Com sequelas? Muito provavelmente. 

Adicionar legenda
Sérgio Moro não é um solitário Calero. Moro é síntese, é a face midiática de uma super-força tarefa que começou composta por dezenas de profissionais de uma geração de jovens que propuseram à nação um novo caminho e, em consequência, ganhou a aprovação e o apoio de milhões e milhões de cidadãos brasileiros. Mesmo assim, todos estamos assistindo diariamente às tentativas do poder (todos os 3 poderes) em arranjar uma saída para o desmonte da oligarquia atualmente no comando do país.

Dito isto, e aproveitando o dito, defendo a tese de que não há saída para o Brasil exceto esta:

1 - renúncia de todos os políticos hoje no Congresso;
  
2 - convocação, pelo executivo, de eleições para uma nova Constituinte exclusiva que tenha como alicerce, em todo o seu teor, o novo mundo emergido pós globalização e novas tecnologias de comunicação/manifestação, e que tenha prazo de 120 dias para encerrar o trabalho;

3 - convocação de eleições gerais para o legislativo e o executivo conforme as regras da nova Constituição. 

Isto não é muito, é pouco para o que temos pela frente. Mas é o essencial para um começo minimamente promissor. É mais ou menos por isto que hoje existe uma convocação geral para irmos às ruas no dia 4 de dezembro próximo.