domingo, agosto 20, 2023

A FONTE DO PODER

 


Para podermos entender como um sistema qualquer de poder funciona, é míster compreender sua fonte, como se forma e como se sustenta. Este é, portanto, um texto preparatório para o entendimento de um outro onde irei propor uma reflexão sobre qual sistema de poder predominará no mundo ocidental no futuro próximo.

Antes de mais, se me restrinjo à metade ocidental desta nossa laranja cósmica, é por ser a dimensão geopolítica a que nosso parco entendimento está restrito e, consequentemente, estamos muito distantes de compreender como as elites e os povos orientais percebem e tratam as mudanças que estão sendo propostas como resultado do avanço da digitrônica[1] em todos os aspectos da vida.

Indo a fontes de significados, vamos encontrar que poder é “a capacidade de fazer, de realizar algo”. Tal definição é correta, mas se restringe a apontar para o resultado, principalmente, da ação individual no âmbito da vida particular de um indivíduo. Este fazer/realizar pode ser tanto intelectual quanto físico, e pode ser usado para o bem ou para o mal (como aplicar a força física contra um outro mais fraco ou fazer uso de uma arma contra um outro pretensamente mais forte). Isto considerado, também será válido o significado inverso, o de que poder é a “capacidade de destruir ou impedir a realização de algo”. A origem deste poder é pontual e se encontra no estado emocional, no interesse do agente e das circunstâncias no momento de seu uso. O objetivo aqui é buscar a fonte do poder como instituição política e, portanto, de organização das sociedades.

Nossos ancestrais homo sapiens[2], caçadores e coletores viviam, dá para imaginarmos, em pequenos núcleos “familiares” à mercê de satisfazer suas necessidades básicas de modo bastante individual. Nada, ou praticamente nada, era produzido em colaboração com outros indivíduos, até porque nada era produzido, e sim, caçado ou coletado. Mesmo quando descobriram como plantar para colher, cada um podia ou deveria ter sua própria horta. Mas os pequenos grupos foram crescendo em número e se tornando “tribos” – talvez em função de certa melhora na frequência e qualidade da alimentação, e “produzir” em colaboração – divisão e colaboração do trabalho – foi percebido como uma solução melhor, menos desgastante individualmente, mais produtiva coletivamente.

Aqui cabe inserir uma nota. Não há como saber quando um processo cultural começou, mas precisamos, para entender a história da civilização, de estabelecer marcos delimitadores de um “antes” e um “depois”. Apenas um exemplo. Os historiadores usam como marcador do início da idade média o fim do império Romano. Isto não significa que há uma data, uma batalha ganha ou perdida, apenas identifica que na dimensão histórica o destino dos povos ocidentais ganhou outras influências a partir do início do processo de ascensão de outros povos. O que digo, portanto, é que em algum momento o individualismo não deu conta de resolver as novas demandas dos seres humanos, e apenas estou assumindo que o cultivo intencional em uma escala acima da necessidade individual passou a ser uma solução melhor. Continuando.

Naquela fase do desenvolvimento da civilização, quando se passa a produzir de forma colaborativa, dois novos problemas surgem e precisam de solução: a organização da produção e a proteção da terra usada para tal. É neste contexto e época que o poder ganha uma dimensão para além de um atributo pessoal (a força, a arma) e passa a ser um atributo “concedido”. Um conjunto de indivíduos com um mesmo problema a solucionar – a organização do trabalho – concordam em conceder a um deles a tarefa e responsabilidade de determinar como a produção será realizada, e, consequentemente, de determinar a cada um dos demais o que deve fazer.

Se exponho desta forma bem simples a questão da origem do poder é porque, (1) é o tema que mais se discute em nossos dias e (2) porque tenho afirmado em conversas que “ninguém” TEM poder, mas tão somente recebe de outros a concessão para exercê-lo em seus nomes e interesses. Minha afirmação é absolutamente reativa para chamar a atenção de meus interlocutores de que Xandão não tem poder algum intrínseco à sua gênese, mas é o representante de um conjunto de pessoas e entidades que, ao lhe delegarem algumas tarefas e “direitos” de “fazer”, estão, por consequência, comprometidos com aprovar todas as suas decisões e ações, pelo menos enquanto os interesses deles próprios estiverem sendo plenamente atendidos e satisfeitos.

A reação a Bolsonaro nada mais foi do que a percepção de que os habituais garantidores do poder estavam  sendo boicotados, seja por um desejo utópico do ex-presidente de “mudar o mundo”, seja por um desejo rasteiro de atender aos interesses de seus próprios garantidores – há apoiadores tanto destas duas hipóteses quanto de outras intermediárias.

Alguém formulou que se ninguém obedecer ao “supremo”, nenhum poder ele terá. Como todos, indivíduos e instituições, estão, neste Brasil de 2023, calados, é de se entender que os interesses estão sendo atendidos, por enquanto, na dimensão e qualidade pré-definidas.

Precisamos ainda dar mais um passo. Com o crescimento populacional, depois do objetivo de organizar a produção, chegou-se ao problema da propriedade da terra e de sua proteção. Tribos vizinhas e preguiçosas viram nas terras  produtivas a solução para sua própria fome e não viram nenhum problema em invadi-las e usufruir do produto cultivado, mesmo que para isso tivessem que matar. Para tal “olho perversamente grande”, as tribos produtivas se uniram e enxergaram uma solução: criar uma brigada de homens que “cuidariam” de dar um “corretivo” em outros homens das tribos não adeptas do esforço pessoal. Neste ponto de nossa trajetória humana, o poder deixou de ser apenas um instrumento de organização do trabalho e se aprimorou como instrumento de poder regulador,  opressor e punidor do comportamento do  homem em sociedade.  Não estou fazendo juízo moral, apenas constatando.

O processo de vingança a que estamos submetidos como sociedade neste ano (e sem enxergarmos um horizonte de fim), é a vingança e a punição dos recalcitrantes e desavisados. Tal momento e fatos expõem as entranhas apodrecidas de nosso sistema político. Simplificadamente podemos dividir os brasileiros que minimamente têm envolvimento com tais discussões, entre dois grupos: os perplexos, assustados e, ainda, sem bandeira, sem rumo, sem líder, e os COCOCOS, covardes e corruptos (todo corrupto é um covarde, e todo covarde se torna corrupto, ambos para sobreviver e por lhes faltar coragem moral) e os coniventes beneficiários temporários, os sujeitos ocultos de uma oração subordinada ao interesse umbilical.

Repito. O poder político, em especial, é um poder concedido. Revogada a concessão, revogado está o poder.

Toda essa conversa minha tem um fundamento. Estou com a paciência esgotada de ouvir[3] jornalistas renomados e outros alçados à proeminência de seus 15... segundos, ficarem a criticar as arbitrárias ações de atuais “elegidos” pela oligarquia de sempre, clamando por uma Constituição e outras leis de menor importância que são absoluta e integralmente ignoradas por tais “supremos”. O ex-Brasil é resultado deste novo processo de constituir um novo Estado, qual seja, o de um governo que não prescinde de leis, basta a vontade do tirano de plantão. Constatar que 250 anos depois volta-se à "verdade" de que "o Estado sou eu" é a prova de que a história se repete, inexoravelmente!

Antes de deixar meu leitor aproveitar melhor seu dia, quero chamar a atenção para o que aconteceu (e acontece) na distribuição e acumulação de capital na digitrônica. O conceito de “cauda longa”[4] que surgiu na virada do milênio criou fortunas imensuráveis em um bit de tempo. Empresas e indivíduos estão fazendo fortunas e mudando o modo de como o poder do capital interfere em nossas decisões e nos destinos de nossas vidas. E este, apesar de ser um poder que nós concedemos, também é um poder impingindo pela tecnologia, pois se não cedermos, temos a sensação de que estamos perdendo algo, algo que não sabemos o que é, nem as consequências de se o perdermos.

Fique em paz!

 

Esta é a síntese da mensagem!

 


[1] Digitrônica é o termo que uso para sintetizar a revolução provocada pelas tecnologias digitais e eletrônicas surgidas e aprimoradas nas últimas 3 décadas.

[2] Antropólogos situam a condição de “homo sapiens” às capacidades surgidas há 300 mil anos. Fonte: wikipedia.org

[3] E olha que eu nem mesmo assisto canais de TV há décadas, mas do tal do Whatsapp ainda não consegui me livrar e é por ele que os “podcasts” me atingem em cheio.

[4] Explicação simples para a “cauda longa”: é disponibilização de um produto digital por um preço ínfimo para uma quantidade absurda de consumidores. Antes assinávamos um jornal por X reais ao mês, hoje assinamos 10 canais de YouTube por 1/5 de X. Faça a conta e descubra que este exemplo dá 2X de gasto.







sábado, julho 29, 2023

TAXADD COM A MÃO NA CUMBUCA DOS OUTROS

“Entre uma geração e outra, o socialista acha que tem que ter uma correção, e essa correção é tributar herança. Você acumula tua grana, o Jeff Bezos não vai deixar 40 bilhões de dólares para cada filho. O Estado tem o direito e até o dever de fazer com que o filho do Jeff Bezos tenha algum trabalho na vida, não seja um parasita da sociedade. Então a ideia é que você mitigue as desigualdades sociais de uma geração para outra a partir de uma lógica redistributiva em função disso, entendeu?”

Xandaquistão é um país que escolheu o melhor da monarquia – aquele sistema pra inglês ver – e o pior da ditadura – o da tirania da justiça, aquele onde não se tem a quem recorrer.

O atual reizinho no trono, distante dos súditos, vivendo do bom vinho e do melhor caviar, passeia pelo mundo afora a título de representar “o povo”, desfrutando de pompa e circunstância, em meio a salamaleques de toda espécie. Enquanto isso, Taxadd [1] fica como seu preposto para dizer o que o monarca não tem coragem de dizer de cara barbada em público. Nem se preocupa com sua ausência, pois enquanto Xandão estiver por aí, não há com que se preocupar, qualquer reação ele manda prender, cancelar, desmonetizar, bloquear etceteras inimagináveis. Os capachos do primeiro cuidam do poder, enquanto os servis do segundo, exercem, executam, sob ordens, o phoder.

Taxadd é o “melhor” exemplo de integrante da corte de bajuladores. O que “pensa e faz” é o que seu “mestre” manda. Recebeu a incumbência de dizer à população que vive economicamente na faixa intermediária que um custo maior será “imposto” sobre a herança que vier a deixar quando for “desta para melhor”. Me permitam decompor esta “brilhante” explicação e analisar cada uma das partes. Sigo a ordem proferida, sem julgamento de relevância de umas em relação a outras.


“Entre uma geração e outra”.

Na verdade ele está se referindo não ao conceito de geração como normalmente o usamos, tipo, “a minha geração”, ou seja, aqueles que com mais ou menos a minha idade viveram as mesmas coisas. A minha geração viveu Beatles e Rolling Stones, e por aí. Não é a isto que ele se refere e vai ficar claro mais à frente.


“O socialista acha que tem que ter uma correção”.

Taxadd se trai. Por que ele não disse “eu, como ministro da economia, acho que”? Ao colocar socialista na terceira pessoa (na realidade só existe o socinista[2]), ele está tirando o dele da reta de antemão, algo como “olha, se der errado, foi ele, o chefe socialista, que quis fazer isto”. Deixando essa confissão de lado, é irresistível a convicção desses tais “socialistas” de que detêm a exclusividade da sapiência de “achar” que tudo está errado e tem que ser “corrigido” à imagem e semelhança de suas mentes doentias.


“E essa correção é tributar a herança.”

Tão meigo! Tão rápida e direta conclusão! Vejam que ele não esclareceu até aqui – nem depois – o que há para ser corrigido. Sequer mostrou que alternativas não fariam a correção. É razoável quando não se sabe o que é para ser corrigido.


“Você acumula tua grana, o Jeff Bezos não vai deixar 40 bilhões de dólares para cada filho.”

Taxadd aqui foi demais! Ele ia explicar algo a partir de “você acumula tua grana”, mas percebendo que seu público é seu potencial eleitor, percebeu o risco de uma gafe, mudou de caminho e iniciou um outro criado um inimigo, os super-ricos, a partir de uma fake news, pois, com certeza, ele não sabe se Bezos vai (e se pode) ou não deixar 40, ou menos, ou mais bilhões para os filhos – aliás, pelo visto, ele nem mesmo sabe como é a legislação americana sobre herança. Mas a pergunta que martela minha cabeça é: e o que você tem a ver com o destino que pretendo dar ao meu patrimônio?


O Estado tem o direito e até o dever de fazer com que o filho do Jeff Bezos tenha algum trabalho na vida, não seja um parasita da sociedade.”

Me perdoe, seu Taxadd, mas se você vier aqui para me dizer o que fazer com meus filhos, eu lhe boto pra correr! Com relação ao filho de Bezos – você não identifica qual deles – o que sabe sobre a vida deles. Você apenas manipula a linguagem para criar uma animosidade contra aqueles que você escolheu como alvo de suas (e dele) diatribes. E quanto a direitos e deveres, não é o Estado que tem que dizer a Bezos ou a mim, se acho melhor que meu filho vá viver do jeito que bem entender. Seja trabalhando, ou surfando, ou bebendo caipirinha (ou suco de açaí, vá saber!) em Itapoã. É muita arrogância e pretensão!!! E, cá pra nós, evitar que alguém “seja um parasita da sociedade” deva ser um “direito e um dever” do Estado é um delírio, um desejo, ou um projeto?

Há ainda uma outra observação a fazer. Sabendo-se que a “fortuna” dos bilionários está expressa em patrimônio imobilizado, essencialmente alocado em empreendimentos geradores de negócios, renda e empregos, tal propositura de "extrair" 40% do patrimônio sempre irá causar um significativo estrago nos 3 itens citados.

E especificamente sobre sujeito "parasita" só "digo uma coisa: não digo nada, e digo mais, só digo isso"[3].


Então a ideia é que você mitigue as desigualdades sociais de uma geração para outra (...)”.

A notar[4] na postura de Taxadd é sua convicção de estar falando algo que só um prócer pensador socinista sacou! “Precisamos mitigar as desigualdades sociais”!!'! É um gênio! Como eu nunca percebi tal necessidade? Eu sou um liberal conservador malvado e insensível, deve ser isto. Ah! E é só de uma geração para outra, esta que aí está fica assim mesmo. Hipocrisia pouca é bobagem!


“(...)a partir de uma lógica redistributiva em função disso, entendeu?”.

Entendeu você? Se entendeu explica pra mim qual é esta “lógica redistributiva” que vai acabar com as desigualdades, a fome, a miséria, a pobreza, sabe-se lá o que mais.


Dissecado, então, o “pensamento”(!!!) econômico-taxaddiano do momento, vamos a fatos.


O FUNDAMENTO DO COMUNICADO

O que não aparece na fala – pelo menos não no trecho de vídeo que me chegou pelas redes sociais – é que ele estava justificando a pretensão de tributar em até 40% a herança deixada por quem partir para um ”novo mundo”.

O que também não aparece é que estas insanidades – sim, isto é insano e inócuo – é graças à fome de recursos que este atual desgoverno está à procura de saciar. O único pretenso objetivo é ter mais dinheiro para lhes garantir ficar no poder por algumas décadas se for possível. Não vai bastar a “deforma tributária”, é preciso mais, o Leviatã é um monstro que não só precisa crescer, mas aumentar seus tentáculos sobre todos nós.

Uma questão fundamental manipulada pelo Ministro, é que a fortuna de Bezos e seus semelhantes no campo do sucesso empresarial capitalista, é que ela não é expressa em moeda circulante depositada em conta bancária, mas, sim, em patrimônio alocado em bens, sejam eles móveis (como ações e outros) e imóveis (instalações residenciais, comerciais e industriais). Tais recursos, portanto, não são parasitários, muito pelo contrário, eles estão alocados em operações de risco em empreendimentos que podem tanto resultar em sucesso, quanto em fracasso, este, aliás, o que, historicamente, tem maior probabilidade de ocorrer.


AS CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS

Tudo tem consequência e, em economia, as consequências não são as que os autores das ideias implantadas ou a implantar esperam, mas sim aquelas que os agentes econômicos atuando livre ou coercitivamente, causarem.

Para aqueles que têm conhecimento em economia no degrau 2, sabem que existe um estudo que demonstra que a partir de um determinado nível de taxação da renda, o volume arrecadado cai em proporção ao aumento praticado[5].

O que Taxadd vai conseguir é exatamente isto. Explico.

Em primeiro lugar, entendamos que isto vai afetar primordialmente a classe média com renda total mensal entre 15 e 50 mil reais. As camadas abaixo serão isentas, certamente, e as acima, têm farto arsenal de medidas para não serem afetadas. Esclareço.

De milionário para cima, até Bezos, Gates, Zukerberg, seus pares e além, se houver, todos têm recursos de inteligência própria ou contratada para resolver qualquer tentativa vinda de fernandos de expropriar parte de suas conquistas.

O modelo não é novo. Nos Estados Unidos[6] isto é coisa velha. A solução mais conhecida por lá é a criação de uma fundação com algum objetivo efetivo, mas que, fundamentalmente, serve para abrigar todas as pessoas que o detentor majoritário do capital envolvido quer beneficiar. Ele as coloca em diversas funções (de diretoria a faxineiro) recebendo salários normalmente altos.

Um outro aspecto é que o mercado acionário americano é pujante. A maioria das empresas está na Bolsa, o que facilita a partilha do patrimônio antes do falecimento do titular.

E isso é apenas parte das alternativas, apenas para ressaltar que não há idiotas entre bilionários, como imagina este nosso ministro da economia que não entende de economia. Imagina se entendesse!!!???

A conclusão é que a consequência prática de tais ideias é pífia e circunscrita a atender o discurso populista do governo da ocasião. 


A CLASSE MÉDIA

Como sempre, a classe média é o motor da economia. É ela que faz o dinheiro girar, e, em particular, a classe média alta, através dos impostos sobre renda e consumo. É ela a grande financiadora do Leviatã governamental. Ela não tem acesso aos mecanismos que a classe alta tem, mas não aceitará sem reação ter os esforços de uma vida usurpados pelas medidas impostas por uma elite ideológica pro-regressista. E, se lá na frente, se perceber ser inevitável o extupro, simplesmente se deixará de acumular patrimônio, optando pelo simples consumo imediato. Adeus herança a tributar!!!

Portanto, Leitor, por enquanto fique esperto, atento, e focado em conhecer as alternativas para proteger seu patrimônio desta sanha por tomá-lo de você. Desde já. Não deixe para depois, pois, como contou Camões, você poderá se ver em uma realidade onde “Inês é morta!”[7].

Em “Democracia, o Deus que falhou”, Hans-Hermann Hope alicerça sua tese praticamente sobre um só conceito, qual seja o de que todas as decisões econômicas são tomadas por indivíduos e governos a partir de considerações de temporalidade. Diz ele que, dependendo das circunstâncias, uma decisão obedece ou a um interesse imediato ou a um de longo prazo. Quando avaliamos tal tese em relação às classes econômicas esta proposição é bastante óbvia. Para os menos privilegiados economicamente, as decisões são tomadas em relação ao retorno imediato que elas podem proporcionar. Já aqueles cuja renda é maior que seus gastos, irão decidir em função da perspectiva de um retorno em um futuro distante, até mesmo que incerto. Mas quando levamos a questão para o âmbito dos sistemas de governo, o busílis da questão tem mais um componente.

A obra de Hope está voltada para mostrar a diferença básica entre um sistema democrático e um sistema de sucessão hereditária, portanto de longo prazo, onde há uma tendência para retornos futuros, pois tanto o rei quanto os integrantes de sua corte, que são os que exercem a administração do reino, continuarão no poder, tanto independente do resultado de suas decisões, quanto do resultado de um processo eleitoral. Em segundo lugar, e este é, talvez, o fator ainda mais determinante, a propriedade do reino é do Soberano (l'état c'est moi, proclamava Luis XIV). Tal condição faz com que ele e sua corte não tenham interesse em destruir o que os sustenta, muito ao contrário.

Na democracia, com sua premissa, melhor dizendo, dogma da alternância, estar no poder é presumivelmente transitório e há que extrair dele – assim como arrancar um siso – o máximo que for possível no curto tempo que as regras lhes concede – políticos eleitos, entourage e os integrantes do tal do establishment que os sustenta, sejam eles quem for. E, repare, o "reino" aqui não é dos atuais ocupantes, é do "povo". Os recursos, portanto, estão à mercê da pilhagem e a mais rápida que possa ser realizada.


CONCLUINDO PORQUE JÁ SE FAZ HORA

Quando Taxadd apresenta proposituras como as inclusas na “deforma tributária”, no “arcabouço” (ou calabouço?) fiscal, e esta de “extrair” patrimônio dos mais ricos, nada mais está fazendo do que otimizar ganhos imediatos em detrimento de ganhos futuros incertos. Só isso. Captou a mensagem “mané” [8]?


[1] O codinome não é uma criação minha. Eu penso ter ouvido no canal Hipócritas, cujos integrantes estão autoexilados, como outros, nos Estados Unidos. Mas não tenho certeza da fonte.


[2] Socinista é o termo que uso para deixar bem claro que essa turma quer mesmo é um comunismo no final das contas.


[3] Obrigado a meu amigo Luiz Antônio Almeida que me mandou esta pérola de sabedoria oportuna, principalmente, em tempos de Brasil 2023.


[4] Para isso você precisa assistir ao vídeo.


[5] Este efeito é demonstrado pela Curva de Laffer. "Seu conceito foi desenvolvido pelo economista Arthur Laffer, que defendia a diminuição dos impostos cobrados em uma sociedade como uma forma de estimular a economia. Com essa medida, uma menor tributação resultaria indiretamente em um aumento na arrecadação do Estado." Fonte: https://www.suno.com.br/artigos/curva-de-laffer.


[6] Nos Estados Unidos, o governo federal concede uma isenção fiscal para heranças até 13 milhões de dólares (limite em 2023). Se a herança for maior do qe esta isenção, o imposto sucessório pode variar de 18% a 40%.


7] A triste história de Inês de Castro ficou mais conhecida ao ser imortalizada por Luís de Camões no Canto III d' Os Lusíadas, uma das melhores e mais conhecidas obras literárias da língua portuguesa. Nesta passagem, Camões faz referência a Inês de Castro: "...Aconteceu da mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha...".Fonte: https://www.significados.com.br/.


[8] Estou sendo cínico, sarcástico, obviamente, ao lembrar uma expressão com que nos honrou um ministro do STF. Não veja na expressão nem uma ofensa ao Leitor.


















quarta-feira, julho 19, 2023

ONDE ESTÁ “A VERDADE”?


Contou Fernando Pessoa: 
"Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado. Cada um me contou a narrativa de por que se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro. Mas cada um via uma coisa diferente, e cada um portanto, tinha razão.
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade."

Ao longo da vida construí uma percepção de que quando muito se fala em algo é porque muito do algo falta. Nos últimos tempos muito se fala em democracia e em “defesa da democracia”. Se muito se está a ressaltar o valor da democracia é pela única razão de que ela está em falta, do contrário não haveria motivo para tanto nela se falar. Se ela precisa ser defendida, fica evidente que ela está sendo atacada.

Entretanto, diferentemente do conceito de democracia para o qual pode ser dada uma definição – ao sabor da visão ideológica de quem a faz, seja dito - e podermos então apontar com razoável assertividade se em um país se pratica ou não os princípios democráticos, para conceituar “a verdade” temos alguns problemas que precisamos considerar.

Nos últimos tempos só ouço de todos os cantos e vozes que é preciso que "os outros" saibam e digam "a verdade". Ora, se é isso, então é porque estamos rodeados de mentiras, ou inverdades (aquilo que não é uma mentira, mas também não é uma verdade!). Mas o que está acontecendo, pois TODO MUNDO SABE A VERDADE SOBRE TUDO, MENOS EU!!!???

De minha ótica, a história da humanidade foi feita com mentiras e narrativas em egocêntrico proveito próprio, jamais por uma impossível "verdade" absoluta e, menos ainda, universal. Ao longo dos séculos, "a verdade" sempre esteve - e continuará estando - com o detentor do PHODER e com aqueles que lhe delegaram a procuração para os representar (o poder é sempre uma concessão temporária, ninguém o tem como patrimônio).

Em 2015, publiquei um texto sobre o tema onde apresento alguns argumentos para mostrar que “a verdade” não existe, e que, revisitado hoje, não tive uma palavra, frase ou parágrafo sequer para mudar ou retirar. Apenas observei que deixei de tratar com um pouco mais de detalhe um aspecto fundamental do problema: a temporalidade das “verdades”.

Neste julho/23, é fácil perceber isto observando as viradas de ponta-cabeça nas falas atuais dos integrantes do espectro “pro/regressista” que nos chegam quase todos os dias pelas redes sociais mostrando as "verdades" de “antes” e as de “agora”. "Um espanto!!!", exclamaria um antigo personagem de Jô Soares. Um exemplo. Acabei de ver (19/7/23) uma explicação sobre o pedido da PGR para que seja emitida uma “ordem” para as plataformas entregarem a lista com todos os dados dos milhões de seguidores de Bolsonaro: “A PGR SÓ QUER MEDIR O ALCANCE DAS POSTAGENS EM REDES SOCIAIS!!!”. 

Tempos estranhos os que estamos vivendo. Nebulosos, escuros e ameaçadores.  

Esta postagem é apenas uma introdução para o artigo mencionado. Para conhecer meus outros argumentos, acesse: https://pfvogel.blogspot.com/2015/08/a-verdae.html

 

(*) Cometi um erro (verdae) ao nomear o arquivo desta postagem. Não dá para corrigir. Então, desconsidere e clica.

 

sexta-feira, julho 07, 2023

A DEFORMA TRIBUTÁRIA

H.L. Mencken, definiu reforma como 

"uma conspiração de tenazes charlatões para despojar o pagador de impostos".


9Fingers se autodeclara, orgulhosamente, comunista. Também é um ferrenho defensor de um governo global no qual almeja ser o escolhido líder máximo (ele confessou que espera viver além dos 80 anos de Biden, obviamente, desde que continue no phoder. Enquanto isto não se concretiza, viaja pelo mundo em busca de um Nobel da Paz (um devido reconhecimento pelas cervejas que ele ainda não tomou com Putin e Zelensky), ou, prêmio menor, sem dúvida, uma elevação a Secretário Geral da ONU.                                                                      

A Deforma Tributária hora em curso de não-discussão no Congresso Nacional, é um dos passos no sentido de atingir seus objetivos. É de se observar a "urgência" com que o governo "pede" o trâmite no Congresso. É inaceitável que as instituições da sociedade e os representantes eleitos tenham tempo de "descobrir" o que está nas entrelinhas do projeto. O Brasil nunca foi uma efetiva Federação. Ao longo de décadas, e gradativamente, os recursos oriundos dos tributos vêm sendo redirecionados para a União que se “encarrega” de redistribuir para estados e municípios. Aumento de poder, este o único propósito da concentração de arrecadação. O que está “rolando” nas intenções dos atuais aboletados no Phoder, nada mais é que isto. Se sobrava pouco para, principalmente, municípios – IPTU e ISS – a partir da Deforma nem isso. Tudo irá para o governo Federal que, imperiosamente, fará a divisão do butim de acordo com preferências político-ideológicas. Ou seja, ou prefeitos e governadores se locupletam ou ficarão à mingua. Espero que tenha sido claro.

Tarcísio abre uma rachadura na sólida, até então, barragem que os unia em conter o avanço da pressão estatista. Tarcísio foi “escolhido” como boi de piranha por ser o governador do estado responsável por mais de 25% do PIB nacional. A intenção é flagrante: “vejam vocês, demais governadores, até ele está apoiando nossa deforma”, ôps, “reforma”. A isca que Haddad, como porta-voz de 9Fingers, levou, foi, não tenho dúvida, uma entre duas (quem sabe as duas?): ter caminho livre para a reeleição em 2026, e/ou receber “tratamento especial” quando da partilha, o que, em essência, é o melhor combustível para sua campanha. Isso sem falar na jogada de profissional do pôquer afastando da disputa uma possível candidatura do "trator de Bolsonaro" à presidência em 2026. Tarcísio mordeu porque não tem compromisso com as teses liberais[1] e, bem, foi picado pela mosca azul. Ele é fruto do militarismo e da burocracia técnica. Segurança acima de tudo, risco tendente a zero (sempre há, por mais que nos resguardemos).

Tarcísio tentou se explicar com uma narrativa, pois a realidade não pode ser confessada ou admitida. Não conseguiu. Com “veja bens”, “temos que participar” e outras expressões do dicionário “Me Engana Que Eu Gosto“, só fez escancarar sua hipocrisia, fazendo-o passar batido por sobre o pretenso cadáver de grande maior mentor. Bolsonaro não gostou. Sales veio em sua defesa. Ambos, mais ou menos liberais, não importa, mas como defensores e praticantes de redução de impostos, não estão dispostos a sair de suas trincheiras. Eles parecem ter compromissos mais dignos e relevantes com o país. Os "inocentes do Leblon" do Oiapoque ao Chuí preferem fingir que não serão atingidos pelas consequências.

Mas esta Deforma será mais um passo na escalada louca rumo ao ápice do controle da sociedade pelo Estado[2] centralizador. Vem mais pela frente. De novos impostos sobre a renda e aumento dos já existentes, até o fim da hereditariedade do patrimônio amealhado ao longo de seus anos de trabalho, suor e lágrimas, estão na alça de mira da boca faminta do Leviatã.

E coisas como privacidade, liberdade de ir e vir, liberdade de expressão, esquece, são coisas do passado. Ah! Mídias sociais? Xandão cuida delas melhor a cada dia, pois, dia sim, dia não, mais apoiadores, por via das dúvidas e proteção "vai lá que sobre pra mim", ganha.

Bem que eu gostaria de estar absolutamente errado nesta premonição, mas, desgraçadamente estou certo. Duvida? É só aguardar.

Este drama encenado no Brasil contemporâneo está sendo protagonizado pelos seguintes atores:


  

  

   


 





[1] Parece que nem mesmo o PL tem princípios liberais, dado que alguns deputados do partido votaram a favor da deforma, pelo menos, no primeiro turno.

[2] ATENÇÃO: o Estado é um ente abstrato. Ele nada mais é que a denominação atribuída a um grupo de oligarcas poderosos que se refestelam em assaltar 95% dos cidadãos que trabalham meio ano só para os sustentar em orgias de todo tipo e sobre eles exercer o Phoder.


quinta-feira, junho 15, 2023

NÃO É POR VOCÊ, MANÉ, É PELO PHODER!

 

Há em cada Estado uma margem de obediência que se ganha apenas

através do uso da força ou através da ameaça do uso da força.”

 Bertran de Jouvenel,  filósofo, politólogo, economista e diplomata francês

 

A história da sociedade humana é a história da relação entre os que buscaram o poder e os que a eles se submeteram por proteção à vida. A evolução desde nossos ancestrais primatas até o homo sapiens moderno pelas graças do mecanismo da seleção natural, resultou em uma espécie frágil e dependente de proteção. Humanos levam mais de 12 meses para se firmaram sobre duas pernas e levam vários anos para serem capazes de se autossustentarem.

Sou crítico dos que agitam a bandeira da liberdade como o maior valor do ser humano. Não, não é. Liberdade é um valor necessário para relações sadias e produtivas entre os membros das “tribos” e entre as tribos. O maior valor para um ser, particularmente o humano, mas não só, é o da preservação da vida. A quase totalidade dos humanos [1]  abre mão de sua liberdade num piscar de olhos se tal renúncia garantir, ou pelo menos, prometer lhe preservar a vida. A maioria de nós, certa e rapidamente, abrirá mão da liberdade – qualquer que seja ela – para manter a vida, seja a própria, seja a de alguém que ama, seja até mesmo a título de uma suposta defesa de uma pátria que só existe no papel e na imaginação.

Com o advento do trabalho e das interrelações a ele inerentes, a prioridade quanto a “preservar a vida” passou a abranger, para cada indivíduo, a manutenção das circunstâncias que lhe são benéficas, de eventuais privilégios, enfim, de seu “status quo”. É esta premissa de preservação da vida que justifica uma pessoa não se arriscar a se demitir de um emprego que lhe faz mal física ou mentalmente; de funcionários públicos se rebelarem quando da ameaça de perda de “direitos adquiridos”; é a razão de profissionais, especialmente jornalistas, adequarem suas opiniões públicas – e mesmo privadas -, à opinião de seu empregador; e, sob o mesmo mote, políticos que, depois de eleitos, abandonam suas “convicções” e seus eleitores em prol de um padrão de vida que jamais terão em outra condição.

Antes de continuar preciso explicar a diferença de significado entre “poder” e “phoder”, grafia que venho também usando há algum tempo. O Poder, como entidade, é legítimo e absolutamente necessário em todas as atividades da vida em sociedade. Poder, em sua essência, é a capacidade de fazer, de liderar, de comandar, de ensinar. Um cirurgião tem a capacidade de realizar uma intervenção de cura; um administrador tem a de liderar diferentes profissionais para o atingimento de metas; o general a de comandar um exército em uma batalha em obediência a uma estratégia de defesa previamente definida; e pais e professores têm, em conjunto, a nobilíssima tarefa de formar crianças para uma vida adulta sadia. Quando uso, portanto, poder, estou me referindo a uma instituição necessária à continuidade do funcionamento da humanidade como é hoje. Entretanto, o poder, em todas as circunstâncias, não só nas acima citadas, é exercido por diferentes humanos, providos de diferentes genéticas que regulam suas ações e reações, seus desejos e instintos, seus corpos e suas mentes. A psicopatia, um distúrbio da mente que se define pela insensibilidade e falta total de empatia com o outro, todos os outros, permite a um cirurgião ser um assassino frio, um administrador ser um corruptor em busca de objetivos escusos; um general sacrificar milhares – até milhões – de jovens por puro desejo de conquista de território; pais a impingirem castigos cruéis, e professores a substituírem formação de jovens para a vida por lavagem cerebral a partir de seus desejos de imposição de uma verdade ideológica. É sempre a este exercício doentio, patológico, que denomino de “phoder”, pois sua única intenção é realizar o que preciso for exclusivamente em benefício próprio, independente de quanto prejuízo e sofrimento provoque em outros.

Afirmei que a história da humanidade pode ser contada pela história do poder, mas, muito mais pelo “phoder” do que pelo poder. Na realidade, a história da humanidade foi conduzida sob uma relação sadomasoquista. No lado “sado” uma minoria tirânica disposta a tudo para se manter no topo da pirâmide. No lado “maso” um rebanho de crentes e medrosos, ambos submissos em função da preservação de suas vidas.

Todo este blá-blá-blá até aqui é só para tentar mostrar aos inocentes úteis que não é direita ou esquerda, não é democracia ou ditadura, não é exército ou salvador da pátria, não é pobre ou rico, não é Estado ou mercado. É só “phoder”, mané!

Ok, quem sou eu para fazer tal afirmação!?

Pois bem. Leia o livro “Democracia, o Deus que falhou”, de Hans-Hermann Hope. Não tem paciência, tem preguiça, não tem dinheiro? Ok. Então acesse o extrato  que fiz  [2] . De qualquer forma, mesmo que você não venha a concordar comigo, sua visão de como a banda toca o mundo, vai, no mínimo, mudar muito (depois me conta!).

Aceitando ou não essa minha indicação de leitura, você precisa assistir o documentário “O Grande Despertar”, de Mikki Willis  [3] . Por si só é arrasador e desmantelador das narrativas políticas atuais, mas combinado com “o Deus que falhou”, vai detonar sua visão idealista do mundo, esteja você identificado com ideias à direita ou à esquerda.

Espero ter oferecido algo para seu crescimento intelectual. Para quando você ouvir a expressão “para o bem da sociedade”, e outras similares, você saia correndo.

Vou chegando ao final citando duas falas do documentário:

“A verdadeira mudança lá fora, começa com a verdadeira mudança interior”.

Esta outra se refere aos americanos, mas cabe a nós: “Hoje, somos verdadeiramente um povo privilegiado, numa terra privilegiada. Mas com as bênçãos vêm as responsabilidades, e com as responsabilidades vêm os riscos. O desafio do nosso tempo é que devemos aceitar ambas as atribuições, das nossas bênçãos e os riscos envolvidos em defendê-las, por nós mesmos e pelas gerações futuras, e devemos fazê-lo sem hesitação se quisermos ser beneficiários dignos daquela preciosa herança de liberdade que nos foi transmitida através dos sacrifícios épicos daqueles que partiram antes.”

Encerro com George Orwell, o mais referenciado futurólogo e premonitório:

“A forma mais eficaz para destruir as pessoas, é negar e obliterar a sua própria compreensão da sua história.”

 

1  – Há, evidentemente, uma certa cota de heróis, aqueles que se arriscam a perder a vida em benefício de outro ou de uma causa, mas estes são uma parcela muito pequena.

2 – A leitura do extrato não substitui a leitura integral da obra. Quaisquer conclusões e inferências feitas pelo leitor é de sua exclusiva e inteira responsabilidade. 

3 – Acesse o filme neste link (duração de 1h41m): https://rumble.com/v2sw69g-filme-the-great-awakening-2023.html


Esta crônica de Ernesto Lacombe é uma cereja para este bolo de "phoder".