Estou completando e
encerrando[1]
– já me adianto anunciar – 8 anos de discreta escrita militante digitrônica no
espectro político rotulado de “direita”, espaço frequentado por conservadores
nos costumes e, em diferentes medidas, liberais na economia.
Este reconhecimento
fundamenta meu afastamento de quaisquer falas e fatos políticos, pois “é
preciso”[4]
proteger um estado razoável de sanidade mental.
Quando temos na
presidência, um descondenado por corrupção, invocando uma pretensa “soberania
brasileira” e, simultaneamente, defender a “urgência de uma
governança global”, é porque a lógica foi pro “saco”.
Quando todos os condenados
por roubar milhões, digo, bilhões dos contribuintes, têm suas penas ANULADAS[5]
e, em sentença inversa, é negada a anistia a cidadãs condenadas a mais de 12
anos de prisão por exercer o direito de protestar, é porque uma tropa de elite
neurologicamente perturbada assumiu o phoder, com h.
Quando uma ministra, em suprema
hipocrisia, diz que “a censura é proibida constitucionalmente,
eticamente, moralmente, e eu diria até espiritualmente“, e, em seguida,
contra sua própria sentença de que “o cala-boca já morreu”, vota, sem
qualquer rubor[6],
a favor de “calar a boca” de 213 milhões de brasileiros, então é porque a
moralidade apodreceu, e a putaria se instalou como Lei máxima da República.
E para deixar claro aos
desentendidos, se tal decisão do STF não for suficiente, o mesmo sujeito que
pediu a um ditador africano para lhe ensinar o segredo de como ficar 40 anos no
poder, recentemente fez um pedido especial a seu guru Xi Jinping “para lhe
enviar um especialista” com a incumbência de implantar seus métodos de
censura por aqui. Isso é soberania lulopetista na veia!
Há muito pouco que possamos
fazer além de reservar domingos para manifestar nossa “precisão” nas orlas das
praias ou nas avenidas principais de algumas capitais. E não é que juntos não
sejamos uma força a ser considerada. É que o mundo contemporâneo
instrumentalizou desproporcionalmente “eles” e nós. Há um abismo, como nunca
antes, entre os intere$$e$, com cifrões, e as armas das cocoligarquias –
corruptas e covardes - locupletadas com a oligarquia dominante no ápice da
pirâmide, e nós, os cidadãos fantoches, praticantes ou não de uma inocência
hipócrita, crentes de que a Era Digitrônica[7]
veio para nos salvar das garras do Leviatã. Como somos convenientemente tolos e
crédulos!
Os acontecimentos deste
último mês, se foram mais ou menos previsíveis, deixam um pacotão de imprevisibilidades.
É evidente a escalada do embate entre forças globais de dentro e de fora do
phoder, com h. Nesta corrida furiosa e maluca, ultrapassagens a todo instante.
Pilotos psicopaticamente agressivos passam dos limites e tentam jogar o opositor
para fora, não da pista, mas do campeonato. Se é imprevisível o dia em que terminará,
é previsível um vencedor, aquele único sobrevivente de todos os acidentes mortais
inevitáveis. Também é imprevisível seu estado de saúde na chegada e as
consequências da ressaca após se embriagar com a Champagne da vitória.
É imprevisível que possa surgir um “azarão”, como no turfe, aquele pangaré em quem ninguém aposta – feito Bolsonaro em 2018 - correndo por fora, atropelando os líderes e vencendo no foto chart? Só quem viver verá!
Tudo é previsível como ação,
imprevisível como resultado, neste processo de dobra de apostas num mundo em
que não se respeitam mais leis e valores morais. Não que eu esteja defendendo
algum valor moral em particular, mas simplesmente apontando que não há mais
qualquer valor moral. Só há um valor imoral: o do intere$$e, com cifrões, de
quem, em tese, recebeu o poder para exercê-lo, sem “h”, em nome de todos os
cidadãos.
Minha imprevisível previsão
final é que os fatos presentes têm continuidade previsível, mas ao cabo as
consequências são imprevisíveis para a civilização.
Cito, caminhando para o
fechamento deste desabafo, alguns pensamentos a que atribuo alguma consistência
filosófica.
De EDMUND BURKE (1729/1897:
“A
conveniência é a sábia aplicação do saber geral às circunstâncias particulares.
O oportunismo é a sua degradação.”
De Aristóteles (-384/-322): “Devemos
disciplinar
nossos apetites para que a virtude triunfe sobre o vício.”
E, por fim, de Gertrude Himmelfarb (1922/2019): "A
degradação dos valores morais está ameaçando a prosperidade das sociedades e as
nossas liberdades individuais básicas. O que significa uma tentativa de
normalização dos desvios de caráter.” Isto lhe
soa familiar?
Reforço, enfim, meu comprometimento em não falar nem escrever sobre política, políticos, jornalistas e socinistas[8]. Emitir opiniões contra ou a favor. Isto definitivamente só me traz malefícios. E pra você?
Vou ficar com os bate-papos
de Paulão e Paulinho sobre temas que considerar de mínima contribuição para “entender
o que acontece em nós e à nossa volta”.
[1] Me é incompreensível a credulidade de
gente instruída que me manda um vídeo do “Paulo Guedes” conclamando o sujeito a
depositar 600 reais hoje e daqui um mês, repito, um mês, ter 90 mil reais!!! E
isso só para começar!!! E ao ser alertado da fraude, responde com: “Ué, mas o
Paulo Guedes não tem credibilidade!!!???”.
[2] A desgraça é que tal “opção”, assim
como a de “bloquear” propagandas, não são respeitadas como esperamos que sejam.
[3] Além de sempre restringir minhas
alegações ao Ocidente, o lado do mundo majoritariamente cristão e democrático em que vivo,
sabemos que o oriente tem vieses diferentes e até mesmo opostos e, portanto, o
que em tese vale aqui, não vale por lá.
[4] Para entender as aspas em "precisão", assista, no canal do Paulinho, ao
vídeo “Poema da Precisão”.
[5] Há um risco ainda não afastado de que os anistiados venham e
requerer o reembolso das quantias devolvidas aos cofres públicos por conta das
condenações descondenadas.
[6] Tal "distúrbio" cognitivo da ministra, obviamente, tem por
fundamento uma submissão a interesses inconfessos.
[7] Digitrônica – é o termo que criei
para referenciar o pacote formado pelas tecnologias digitais e eletrônicas que
dominam as relações humanas em nossos dias.